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Greve da PJ com "muita adesão" pode revelar-se "muito problemática"

22 out, 2014

Na origem da greve está a recusa do Ministério da Justiça em aprovar o estatuto profissional da classe.

O presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC) diz que a  greve ao trabalho suplementar dos funcionários da investigação criminal da Polícia Judiciária, iniciada às 00h00 desta quarta-feira,  está a ter uma adesão "muito grande".

A greve destas unidades de prevenção pode revelar-se problemática, porque, caso haja um homicídio, a PSP ou a GNR terão de ficar a preservar o local até que, no dia seguinte, chegue uma equipa da PJ para investigar o crime, uma vez que é a Judiciária que tem a competência exclusiva para averiguar homicídios.

Carlos Garcia explicou à agência Lusa que o principal motivo para o descontentamento dos funcionários da investigação criminal da PJ prende-se com a “revisão do estatuto de carreira do pessoal da investigação criminal”, que devia ter avançado em 2008.

O presidente da ASFIC lembra que os funcionários da investigação criminal da PJ já tinham feito uma greve no ano passado, que terminou em Janeiro deste ano com a promessa de negociação por parte da ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz. "Tal não aconteceu” e, por isso, numa carta aberta dirigida ao primeiro-ministro e à ministra da Justiça, a ASFIC considera que houve uma "grave violação", por parte do Ministério da Justiça, do que fora acordado.

A ASFIC decidiu avançar para uma greve, por tempo indeterminado, ao trabalho suplementar e ao trabalho a prestar em unidades de prevenção, nos períodos compreendidos entre as 18h00 e as 9h00 de todos os dias úteis.

Foi ainda declarada greve a todo o trabalho a prestar no chamado período de intervalo de descanso, compreendido entre as 13h00 e as 14h00, de todos os dias úteis.

Existem em Portugal cerca de 1.300 funcionários de investigação criminal.