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E depois do secundário? Aprovados 90 cursos de técnicos superiores profissionais

21 out, 2014

É a primeira vez que em Portugal existem cursos do ciclo curto de ensino superior.

Cerca de 90 cursos de Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP), que têm a duração de dois anos, foram já aprovados em Portugal, anunciou o secretário de Estado do Ensino Superior.

"Tinham sido aprovados, até ontem [segunda-feira] 87 cursos, para cerca de 2.700/2.800 alunos", disse José Ferreira Gomes aos jornalistas, no Instituto Politécnico de Viseu (IPV), no final da cerimónia de abertura do primeiro CTeSP criado no país (a 28 de Agosto).

As aulas do curso de Redes e Sistemas Informáticos arrancaram a 22 de Setembro, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPV de Viseu, tendo sido ocupadas 24 das 25 vagas existentes.

Segundo o secretário de Estado, ainda há alguns cursos à espera de serem aprovados, um processo que a Direcção-Geral do Ensino Superior deve concluir por estes dias.

Esta é a primeira vez que em Portugal existem cursos do ciclo curto de ensino superior (de nível 5 do Quadro Europeu de Qualificações para a Aprendizagem ao Longo da Vida).

"Estou certo de que vamos rapidamente crescer para ter dentro de cinco anos, ou menos, à volta de dez mil estudantes que terminam o secundário e procuram o ensino superior por esta via", considerou, apontando como exemplo o que se tem passado em Espanha e na França.

Na sua opinião, o sucesso destes cursos prende-se com o facto de haver, "de um lado, jovens que terminam o secundário, querem continuar os estudos e não tinham uma oferta ajustada" e, de outro, "empresas que precisam de técnicos intermédios para coordenar as suas actividades. Faltava-nos este quadro intermédio", sublinhou.

Dificuldade de contratar pessoas
O administrador da Visabeira Global José Luís Nogueira, que interveio enquanto representante das empresas ligadas à criação do curso, aludiu à dificuldade de contratar pessoas, porque "o mercado não responde com suficiente celeridade".

O responsável exemplificou com o que se está a passar numa das empresas do grupo, a Viatel (cuja actividade se desenvolve na engenharia de redes de telecomunicações), que tem em curso um processo de selecção de engenheiros.

"Em seis meses, pretendíamos contratar 125 engenheiros e, até agora, passados quatro meses, estamos muito longe dos objectivos", afirmou.

O presidente do IPV, Fernando Sebastião, explicou que, depois de concluírem o CTeSP, os alunos podem optar por ir para o mercado de trabalho ou por ingressar nos cursos de Engenharia Informática ou de Tecnologias e Design Multimédia.