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Eduardo Lemos

"Dirijo uma escola há 20 anos e não me lembro de um ano tão atribulado"

06 out, 2014 • Fátima Casanova

Passaram três semanas sobre o início do ano lectivo e o presidente do Conselho das Escolas ainda não consegue perceber quando vai regressar a normalidade.

Em 20 anos de carreira, Eduardo Lemos, que preside ao Conselho das Escolas, não se lembra de uma abertura de ano lectivo tão atribulada como a que está a acontecer.

"Dirijo uma escola há 20 anos e não me lembro de um ano assim tão atribulado. É que ainda nem sei quando vêm os professores todos. E há vários professores que estão a contestar essas colocações", diz Eduardo Lemos, à Renascença.

O presidente do Conselho das Escolas diz-se preocupado com a falta de professores. Passaram três semanas sobre o início do ano lectivo e ainda não consegue perceber quando vai regressar a normalidade às escolas.

"Faltam professores e não vemos que os problemas terminem rapidamente. Temos centenas ou milhares de alunos no país sem aulas", diz.

Eduardo Lemos, que também é director da Escola Secundária Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim, dá o exemplo da sua escola onde faltam dez professores.

"Alguma coisa não está bem"
O director também critica que a solução para o problema da fórmula matemática encontrada pelo Governo implique que os alunos fiquem "de novo sem professores".

"Alguma coisa não está bem. Isto é grave, do meu ponto de vista. É preciso resolver isto com maior brevidade possível", reforçou.

O Conselho das Escolas vai reunir-se em breve para analisar tudo o que está a correr mal neste início de ano lectivo.

O Ministério da Educação já deu indicações para que os directores das escolas anulassem os contratos dos docentes colocados na primeira bolsa de contratação, a 12 de Setembro.

Os directores pediram esclarecimentos adicionais, na sexta-feira, mas a resposta ainda não chegou.