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Continuam a faltar professores de educação especial

02 out, 2014

Pais e sindicatos dizem que, tal como no ano lectivo passado, muitos profissionais ainda não foram colocados.

"A educação especial está a funcionar em muito más condições. Em condições mínimas ou abaixo de mínimas", diz a coordenadora do departamento de Educação Especial do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa. 

À Renascença, Paula Simas diz que "os alunos vão à escola mas as coisas não estão a funcionar com normalidade nem se sabe quendo estarão", porque os professores e técnicos que deviam apoiar estes alunos ainda não foram colocados.

Ninguém ainda arrisca um balanço nacional da abertura do ano lectivo para os alunos com necessidades educativas especiais mas, no essencial, as queixas de há um ano mantêm-se.

"O ano lectivo passado arrancou com alguns percalços mas, por esta altura, já tínhamos tido uma reunião com todos os técnicos, já havia serviço distribuído e as coisas já estavam a funcionar", nota Paula Simas.

Apoio especial só no segundo período?
O presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação de Alunos com Autismo (APEE Autismo) estima que estejam por colocar cerca de 80% dos técnicos especializados em todo o país.

Faltam terapeutas, técnicos ocupacionais e psicólogos e não há previsão de quando estes profissionais possam chegar às escolas.

"No caso da escola do meu filho, apenas foi lançado o concurso público e não há uma previsão de quando os técnicos chegarão à escola. Se for como no ano passado, só em Janeiro começa o apoio efectivo aos alunos", explica Fernando Azevedo, também ele pai de uma criança com autismo.

O presidente da APEE Autismo teme que neste ano lectivo possa acontecer o mesmo: "os técnicos que estiveram no ano passado cessaram os contratos, depois de terem iniciado um bom trabalho com os alunos, e nem sequer sabemos se serão os mesmos a entrar este ano".

Apesar dos problemas persistentes, esta associação aponta algumas melhorias no arranque do ano lectivo, em especial no caso do transporte e um maior número de professores de ensino especial.

Em resposta às queixas de que faltam professores de educação especial, o Ministério da Educação diz que a rede dispõe agora de 4.688 docentes, mais 80 do que em 2013, sublinhando que este número será ajustado às necessidades que forem detectadas, e que o financiamento cresceu, este ano lectivo, de oito milhões e meio para dez milhões e meio de euros.