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Preço da água desce no interior, mas sobe no litoral

01 out, 2014

Em Trás-os-Montes e Alto Douro, a factura pode descer quase três euros. Já em Cascais pode aumentar 30 cêntimos, por ano, nos próximos cinco anos.

As contas da água nas zonas do interior podem ficar mais leves já no próximo ano, mas os habitantes do litoral terão facturas mais caras. A medida está prevista no plano de reestruturação do sector da água, apresentado esta quarta-feira, Dia Mundial da Água, pelo ministro do Ambiente, em Lisboa.

No Oceanário de Lisboa, Jorge Moreira da Silva deu os exemplos de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde a factura pode descer quase três euros em 2015, e de Cascais, onde pode aumentar 30 cêntimos, por ano, nos próximos cinco anos.

O ministro explicou que o aumento será “muito gradual das tarifas no litoral em 25% dos municípios” e a descida no interior será “muito significativa num só ano em 75% dos municípios.”

Esta mudança decorre das várias medidas do plano traçado pelo Governo para combater o défice de 600 milhões de euros no sector da água e a dívida dos municípios à empresa Águas de Portugal, que chega aos 500 milhões de euros.

Menos estruturas, menos chefias
Uma das medidas do plano é a fusão dos actuais 19 sistemas multimunicipais em cinco sistemas de abastecimento de água e saneamento de águas residuais. Outra é a redução de chefias e a extinção de muitas das actuais cerca de 500 entidades gestores dos serviços de águas e saneamento.

“[A redução] corresponde a lugares de chefia que têm níveis de remuneração que serão reduzidos e se vamos ter 55% de eliminação de lugares de chefia isso corresponderá a um emagrecimento da massa salarial”, garantiu o ministro.

“Também corresponderá ao ajustamento em termos de entradas e saídas num balanço de 238 pessoas”, disse. A redução de pessoal deve ficar concluída até 2025.

O plano prevê uma redução das tarifas cobradas aos municípios de 4.100 milhões de euros até 2045. A reestruturação permitirá ainda, segundo o Governo, salvar algumas empresas que estão insolventes, como é o caso da Águas do Norte Alentejano, Simlis, Águas do Centro, Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro e Águas do Zêzere e Coa.