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Há dinheiro para o combate à pobreza. "Só" falta uma estratégia

01 out, 2014

O presidente da Rede Europeia Anti Pobreza diz à Renascença que sem uma estratégia para aplicação dos fundos nada vai mudar.

A União Europeia decidiu destinar 20% do fundo europeu para combater a pobreza e à exclusão social, “um contributo histórico”, na perspectiva do presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza (REAP), Sérgio Aires.

Em entrevista à Renascença, o presidente da REAP sublinha, contudo, que não existe nenhuma estratégia para aplicação dos fundos estruturais: “Não havendo uma estratégia europeia, não havendo objectivos comuns e uma monotorização conjunta dessa mesma estratégia cada estado membro faz o que quer”.

Em plena execução do plano da de combate à pobreza, o presidente da REAP diz que “cada Estado-membro vai aplicar este dinheiro para medidas de emergência e assistência social, naturalmente necessárias para aliviar algumas circunstâncias, mas isso não vai alterar a situação nem tão pouco erradicar a pobreza”.

A estratégia “Europa 2020” não atingiu os seus objectivos nosúltimos anos e está agora a ser redefinida, um momento crucial para se falar da forma como vão ser aplicados os fundos, visto que “atirar com dinheiro” não resolve o problema.

“Estamos com um crescimento imparável de pessoas em situação de pobreza: são 126 milhões na Europa”, alerta Sérgio Aires, que esteve recentemente em Bruxelas, no 13º encontro de pessoas em situação de pobreza.