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Professores e alunos protestam contra o atraso na colocação de docentes

25 set, 2014

Uma semana depois do pedido de desculpas do ministro Nuno Crato, ainda há professores em falta. Os pais começam a ficar preocupados.

Precisamente uma semana depois de o ministro da Educação ter pedido desculpa pelos erros nas listas de colocações de professores, centenas de docentes, mas também de alunos, foram esta quinta-feira até à porta do ministério dizer que continua tudo na mesma.

Eram à partida iniciativas separadas, mas acabaram por juntar-se no mesmo objectivo.

Os professores contratados exigiram soluções rápidas para o impasse que se instalou, enquanto os alunos, como os da Escola Secundária Artística António Arroio, em Lisboa, pediam docentes para poderem trabalhar. 

À Renascença, Joana Pratas, uma das alunas presentes no protesto, diz que naquela escola faltam pelo menos 50 professores. "É uma vergonha porque estão sempre a adiar e nunca há data de começo. Não percebemos o porquê da falta de colocação na escola", disse a aluna durante os protestos.

Também os directores das escolas estão descontentes, já que ainda não receberam indicações do ministério.

"As escolas não têm a mais pequena noção porque, de facto, uma semana depois não recebemos qualquer informação do ministério ou da Direcção-geral do que se estaria a passar. Por isso, estamos estoicamente à espera que nos coloquem os professores em falta", explicou à Renascença o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira. 

No agrupamento escolar de Cinfães, diz Manuel Pereira, ainda há 16 professores em falta, dos quais sete são de educação especial. Mais sete técnicos estão ainda por colocar, o que faz com que cerca de 60 alunos dos cursos vocacionais tenham aulas a 50%.

Decorridas já duas semanas de aulas, a falta de professores começa a preocupar os pais, diz Adelino Calado, director do agrupamento de escolas de Carcavelos: "Começaram já as várias perguntas sobre quando os professores são colocados, que medidas que vamos ter para recuperar as aulas que não foram dadas, enfim, estão a começar a ficar preocupados".

Neste agrupamento na zona da Grande Lisboa, faltam 13 professores.

Ainda esta semana, segundo apurou a Renascença, poderá haver indicações da tutela relativas às correcções das listas que deverão ser feitas por fases.