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"Não Temos que ser Alemães" ou as ideias de um superintendente da PSP sobre a crise

23 set, 2014 • Celso Paiva Sol

José Matos Torres, director nacional adjunto da PSP, lança, esta terça-feira, um livro que constitui uma reflexão pessoal sobre o momento do país.

"Não Temos que ser Alemães" ou as ideias de um superintendente da PSP sobre a crise
Um director nacional adjunto da PSP lança, esta terça-feira, um livro sobre economia e finanças. “Não Temos que ser Alemães” é o título da obra e nele se defende o abandono da obsessão com a dívida.

O superintendente José Matos Torres aceitou o desafio para publicar as suas ideias e fê-lo sem muitos rodeios. A segurança e a gestão, áreas em que tem licenciaturas, têm andado lado-a-lado na vida profissional de Matos Torres, facto que hoje se torna bastante evidente porque, na direcção da PSP, este superintendente, de 48 anos, tem o pelouro da Logística e Finanças.

José Matos Torres quer que o seu livro seja visto como uma reflexão independente do cargo que ocupa, razão pela qual prefere, até, nem conceder uma entrevista mais formal à Renascença.

No livro, o director nacional adjunto da PSP mostra-se contra a “diabolização” que tem sido feita da função pública, diz que a austeridade excessiva não é solução e que Portugal deve deixar de viver “obcecado” pela dívida publica. 

O autor considera fundamental que a Reforma do Estado avance, não podendo ser ignorados, quando isso acontecer, sectores como a Defesa e a Segurança.

Mesmo que não aponte soluções concretas, como fusões, extinções, ou despedimentos, o autor lembra que estes dois sectores empregam 100 mil pessoas em Portugal - o terceiro país do mundo com mais polícias por habitante -, com uma factura anual que ultrapassa os cinco mil milhões de euros.

No livro agora publicado, o director nacional adjunto da PSP defende ainda uma aposta na atracção de investimento nacional, tanto por parte dos agentes económicos como da população em geral.

José Matos Torres sustenta que esta é a forma de travar a excessiva dependência dos capitais estrangeiros, que está a retirar ao país liberdade de decisão e margem de manobra geopolítica.