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Lisboa não consegue escoar caudal "tão anormal" de chuva

23 set, 2014

Presidente da Câmara admite que, "pontualmente, num ou noutro caso," possa ter havido "falta de limpeza" das sarjetas.

Lisboa não consegue escoar caudal "tão anormal" de chuva

O sistema de escoamento de Lisboa não tem capacidade para fazer escoar um "caudal tão anormal" como aquele que se observou durante a tarde desta segunda-feira, disse o presidente da autarquia, António Costa. 
 
As dezenas de inundações que se registaram esta segunda-feira em Lisboa devem-se a uma situação "muito anómala", em que "a enorme precipitação" coincidiu com o momento "da maré alta da preia-mar", entre as 13h00 e as 14h00, não tendo o sistema tido capacidade para escoar o caudal "anormal" que se gerou, afirmou António Costa, à margem de um jantar com militantes e simpatizantes do PS em Coimbra.

O autarca admitiu porém que, "pontualmente, num ou noutro caso," possa ter havido "falta de limpeza" das sarjetas. Agora, "a situação já está ultrapassada. Já foi possível escoar, assim que a maré começou a baixar", referiu.  
 
António Costa sublinhou que, durante o dia, esteve em contacto com a Associação dos Comerciantes de Lisboa para "fazer o levantamento dos danos", tendo também falado "com os presidentes das juntas de freguesia e com o comandante dos Sapadores".  
 
Apesar da situação "bastante dramática" que se viveu em Lisboa, "a situação está agora sobe controlo" e "ficou tudo desbloqueado".  
 
Rescaldo de horas de dilúvio em Lisboa
A forte precipitação provocou dezenas de inundações na cidade, principalmente na via pública, obrigando ao corte de várias artérias e ao desvio do trânsito para vias alternativas.  
 
Segundo dados actualizados ao final da tarde de segunda-feira, o Regimento Sapadores dos Bombeiros de Lisboa registou, das 14h00 às 17h00, 180 ocorrências, 157 das quais recebidas entre as 14h00 e as 15h00, período de maior pico de queda de chuva. 
 
A baixa de Lisboa foi das zonas mais afectadas pelo mau tempo com várias ruas a ficarem intransitáveis por causa da elevada acumulação de água, à semelhança do que aconteceu na zona de Benfica e de São Domingos de Benfica.
 
A chuva obrigou ao desvio do trânsito na Praça dos Restauradores, e a Praça de Espanha ficou transformada num autêntico "lago", obrigando ao corte da circulação durante a tarde. 
 
A forte precipitação que se abateu sobre a capital provocou ainda condicionamentos na Calçada de Carriche, Sete Rios, Rossio, Largo das Fontainhas, em Alcântara e no Calvário, devido à formação de "lençóis de água". 
 
No eixo Norte-Sul, houve igualmente dificuldades no trânsito.

Outra das situações mais complicadas ocorreu no Instituto Português de Oncologia, perto da Praça de Espanha, que foi afectado por inundações.
 
A linha azul do Metropolitano de Lisboa esteve com perturbações na circulação entre as 14h18 e as 15h45, fruto de uma inundação na estação do Jardim Zoológico. 
 
Os valores de precipitação acumulada em Lisboa entre as 13h00 e as 15h00 enquadram-se dentro dos limites de referência para uma situação de aviso amarelo, frisou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).