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Bloqueio do Citius trava penhoras e arrestos

22 set, 2014 • Teresa Almeida

A denúncia parte do Sindicato dos Funcionários Judiciais.

Não há novas penhoras e arrestos desde o final do mês de Agosto, devido à paralisação do sistema informático Citius, revelou o Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ).

De acordo com o presidente do SFJ, Fernando Jorge, “desde que o sistema bloqueou - desde 26 de Agosto, portanto - que não há a distribuição de novas penhoras. Todo o sistema está parado”.

A situação afecta, sobretudo, bancos e grandes empresas, mas o bloqueio do sistema judicial atinge também grande parte do tecido empresarial português, solicitadores, e a população em geral.

"Não só bancos e grandes empresas, embora essas tenham mais expressão, mas também a população em geral, o cidadão comum não consegue efectuar nenhuma destas operações”.
 
Banca também sofre
Também o trabalho do serviço externo dos tribunais não está a receber penhoras e arrestos e, do lado dos bancos, a situação está difícil de contornar.

O presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, Rui Riso, admite que o trabalho fica bloqueado com a necessidade de passos que dependem dos tribunais. “Algumas cobranças não podem ser executadas e não há forma de ultrapassar este problema”, afirma.

Rui Riso diz-se preocupado com o facto de alguns destes actos poderem ficar pelo caminho.

Também a Câmara de Solicitadores admite falhas nesta área. De acordo com o dirigente José Carlos Resende, os agentes de execução estão a trabalhar, desde o início do mês, com metade dos processos previstos. “Estamos a trabalhar com cinco mil e poucos processos, quando, em tempos normais, deveríamos estar a trabalhar com mais de 12 mil e isto é só a comunicação ao sistema de que o agente de execução foi nomeado”.

De acordo com Resende, a situação complica-se quando o trabalho precisa de ir a tribunal, porque “é aí que temos de parar os processos”, explica.