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Fenprof dá tréguas ao Ministério da Educação

18 set, 2014 • Liliana Monteiro

À Renascença, Mário Nogueira aplaude demissão do director-geral da Administração Escolar, mas considera que também "há aqui muita responsabilidade política” nos erros na colocação de professores.

O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof) vai aguardar pelas novas listas de colocação de professores, depois de o ministro da Educação ter pedido desculpa pelos erros detectados.

“Até segunda-feira, sairão novas listas e, neste momento, não faz sentido ir para a justiça para combater listas que vão deixar de o ser. Vamos aguardar”, afirmou Mário Nogueira à Renascença.

A Fenprof considera que as listas têm que ser acompanhadas por "alguns dados que permitam aos professores perceber se estão bem ordenadas e organizadas".

"Isto significa que os subcritérios por escola e disciplina, bem como a ponderação de cada um deles e a classificação dos candidatos, tem que ser tornada pública", defende Mário Nogueira.

Horas depois do pedido de desculpas do ministro da Educação, Nuno Crato, que atribuiu os erros aos  serviços do ministério, demitiu-se o responsável máximo da Direcção-geral da Administração Escolar, Mário Pereira, que ainda na quarta-feira recusou, num encontro com Fenprof, admitir qualquer erro neste concurso.

Mais responsabilidades por apurar
Mário Nogueira defende que há mais responsabilidades que têm de ser apuradas.

"É bom que assumam as responsabilidades técnicas, aquilo que tem a ver com incompetência técnica na realização do concurso. A demissão do director-geral vai no sentido de assumir estas responsabilidades, mas também é bom que do ponto de vista dos políticos a coisa não fique por um pedido de desculpas, porque há aqui muita responsabilidade política", acusa o secretário-geral da Fenprof.

Em causa está um erro na harmonização de escalas na fórmula matemática usada para calcular a classificação dos professores nas listas de colocação nas escolas no concurso que ainda decorre, a Bolsa de Contratação de Escola, criado este ano para dar resposta às necessidades das escolas com contrato de autonomia e escolas Territórios Educativos de Intervenção Prioritária.