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Trabalhadores e sindicatos da Lusa entregam queixa contra o Governo

03 set, 2014

É solicitado ao Provedor de Justiça que tome posição sobre os cortes orçamentais na agência noticiosa e sobre o que consideram ser um "abuso de posição dominante".

As organizações representativas dos trabalhadores da Agência Lusa apresentaram uma queixa contra o Governo junto do Provedor de Justiça, solicitando a intervenção de Faria Costa para a correcção dos cortes orçamentais que classificam como "ilegítimos".

Os signatários solicitam ao Provedor de Justiça que tome posição sobre os cortes orçamentais na agência noticiosa e sobre o que consideram ser um "abuso de posição dominante" na relação que, em nome do Estado, o Executivo mantém com a empresa.

No texto, os subscritores apelam ao Provedor de Justiça para recomendar ao Governo a "correcção dos actos e omissões" no que respeita ao "pagamento do custo do serviço noticioso e informativo de interesse público acordado".

Além dos cortes, de cerca de 30%, que colocam a agência noticiosa em situação de "asfixia financeira", os subscritores alegam que o Governo tem adoptado comportamentos que configuram um "abuso de posição" na relação que mantém com a Lusa, impondo à empresa "condições desfavoráveis na prestação dos serviços contratados".

Os subscritores sublinham que apesar de ter acordado um valor de cerca de 11,6 milhões de euros por ano como pagamento do serviço noticioso e informativo de interesse público, o Governo impôs um corte adicional de 944 mil euros por ano, no total de 2,8 milhões de euros entre 2013 e 2015.

Por outro lado, argumentam, o Governo não transferiu as verbas devidas para a reposição dos subsídios de férias de 2013 e de retribuições em 2014 que decorreu da aplicação de decisões do Tribunal Constitucional, num total de 700 mil euros.

A queixa, entregue a 26 de Agosto, foi subscrita por representantes da Comissão de Trabalhadores e dos sindicatos dos Jornalistas, dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE CSRA) e dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços (SITESE).