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Ministério aceita metade dos pedidos de rescisão de professores

30 ago, 2014

Um total de 3.606 professores tinham aderido ao programa de rescisões, mas só 1.889 docentes receberam luz verde do Ministério de Nuno Crato.

Ministério aceita metade dos pedidos de rescisão de professores
O Ministério da Educação e Ciência (MEC) deu luz verde à desvinculação com 1.889 professores, cerca de metade dos que tinham aderido ao programa de rescisões por mútuo acordo.

A Direcção-Geral da Administração Escolar (DGAE) informou este sábado, em comunicado, que iniciou agora o processo de notificação.

Um total de 3.606 professores tinham aderido ao programa de rescisões, que terminou a 30 de Junho, mas só 1.889 docentes receberam luz verde do Ministério de Nuno Crato.

“Tendo em conta os desajustamentos que ainda se verificam entre a disponibilidade da oferta docente e as reais necessidades do sistema educativo, foi dada prioridade aos professores de quadro de escola, quadro de agrupamento e quadro de zona pedagógica sem componente lectiva em 2013/2014”, explica a DGAE.

As rescisões também tiveram em conta os casos de “excesso de oferta” por quadro de zona pedagógica e os “índices remuneratórios”.

“Após a notificação da proposta de acordo, os professores têm oito dias úteis para, querendo, a aceitar. Caso o trabalhador não se pronuncie dentro desse prazo considera-se recusada a proposta”, sublinha a Direcção-Geral da Administração Escolar.

"Não há professores a mais"
Em declarações à Renascença, João Dias da Silva, da Federação Nacional de Educação (FNE), diz que estes dados mostram que “não há professores a mais no sistema educativo”.

“Eventualmente, a leitura do Ministério da Educação é de natureza diferente, no sentido de que a eventual aceitação da rescisão significava a manutenção do mesmo nível de despesa e, por isso, não aceita este pedido de rescisão das pessoas. Estamos em planos diferentes. Nós entendemos que não há professores a mais, ao contrário, o Ministério da Educação entende é que não pode fazer mais despesas com pessoal”, afirma o dirigente da FNE.

João Dias da Silva considera que o Ministério da Educação só quer poupar na despesa com os professores e critica todo o tempo que este processo demorou.

O presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira, diz que esta não é uma boa notícia na véspera do arranque do novo ano lectivo e agora é preciso refazer os horários.

“Gostaríamos muito de começar o ano lectivo na próxima segunda-feira, com todos os professores nas escolas e sem toda esta confusão”, afirma Manuel Pereira, que critica ainda todo o atraso deste processo que começou o ano passado.

[notícia actualizada às 23h35]