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Jovens voluntários recuperam pombais e outros edifícios em Vimioso

15 jul, 2014 • Olímpia Mairos

Jovens de Espanha, França, Rússia, China, Coreia do Sul, Taiwan, Eslováquia, República Checa e Bélgica participam num campo de trabalho para a preservação e revitalização do meio ambiente.

Vinte e um jovens voluntários, de vários países europeus e asiáticos, estão a recuperar pombais tradicionais e outros edifícios rurais na aldeia de Uva, no concelho de Vimioso.

O campo de trabalho é promovido pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude, em parceria da Palombar - Associação de Conservação da Natureza e Património Rural, e prolonga-se até à próxima sexta-feira, 18 Julho. Junta jovens de países como Espanha, França, Rússia, China, Coreia do Sul, Taiwan, Eslováquia, República Checa e Bélgica.

A iniciativa tem como objectivos "a recuperação e valorização de edifícios rurais que são, também, património cultural, e a partilha de experiências entre diversas culturas", refere a responsável pela Palombar, Teresa Nóvoa.

Mãos na massa
Quem participa mostra-se entusiasmo e dá nota das características específicas da região do planalto mirandês e das suas construções, com destaque para os pombais tradicionais.

Miguel Mundó veio de Barcelona (Espanha) e mostra-se surpreendido com a “paisagem original” de Uva, onde sobressaem os “muitos e tão próximos pombais”. Refere estar a “gostar da experiência” porque pode “trabalhar ao ar livre e contribuir para a preservação do património cultural de uma região”.

“É uma experiência única dentro das minhas férias de verão", refere o jovem catalão.

Sílvia Peregrina, jovem madrilena, conta que já ajudou a “limpar a zona” e o próximo passo – diz - é “retirar a argila” para, depois, “fazer uma nova massa” e aplicar, com vista à “recuperação do pombal”.
 
Kuei-Wen Huang, de Taiwan, diz que está viver “uma experiência agradável” e “à descoberta de uma região única em Portugal”. Para Kuei-Wen Huang, este "é um campo de trabalho bastante interessente” porque tem a oportunidade de “descobrir o património e conviver com gente diferente de vários países e continentes".

Os voluntários têm a oportunidade de aprender e experimentar todas as técnicas tradicionais de construção, nomeadamente picar o reboco, preparar e aplicar a argamassa ou reparar o telhado. O contacto com os habitantes da aldeia e com a cultura da região é outra das componentes do projecto.

Ícones culturais
Manuel Barros, director regional do Instituto Português do Desporto e da Juventude visitou o campo de voluntariado para conviver com os jovens e para afirmar “uma opção e uma aposta” neste tipo de actividades realizadas no interior dos país, consideradas "projectos âncora", que vão "seguramente" promover a atractividade e fixação de pessoas nestes territórios.

"O mundo rural só se poderá povoar se conseguirmos encontrar estratégias para fixar e atrair pessoas e estes ícones culturais, como são os pombais tradicionais, poderão ser um bom exemplo", realça.

Na aldeia de Uva há cerca de 40 pombais que, no passado, contribuíram para o sustento de muitas famílias através da carne de pombo, ou do "pombinho" - estrume de pombo - um fertilizante natural utlizado na agricultura.