Emissão Renascença | Ouvir Online

Descobrir a Mongólia sem sair do país

14 jul, 2014 • Olímpia Mairos

É um projecto turístico novo no concelho de Montalegre. Chama-se Nomad Planet e promete sensações da vida de nómada no meio da natureza.

Descobrir a Mongólia sem sair do país
Em Fiães do Rio, no concelho de Montalegre, há uma oferta turística original. Quatro yurts (habitação tradicional da Mongólia) e uma tipi (casa tradicional dos índios da América do Norte) constituem a base do Nomad Planet para descobrir a dois, em família ou entre amigos.

“É um projecto turístico muito atípico e original, no meio da natureza, com vista panorâmica sobre o Parque Nacional Peneda–Gerês”, conta à Renascença o proprietário Vítor Afonso, acrescentando que está direccionado sobretudo ao público das cidades, que “procura ar puro e paisagens deslumbrantes”.

Dentro de cada yurt encontra-se “uma grande cama de casal e uma cama sofá, que pode acolher até quatro pessoas, e todo o seu espaço tem móveis tradicionais da Mongólia”, explica. O tipi “serve de sala de convívio para as refeições e o pequeno-almoço”.

Segundo Vítor Afonso, o empreendimento “vai funcionar durante todo o ano” e para atenuar o frio do Inverno transmontano “vão ser instalados aquecimentos eléctricos em cada yurt, que já têm isolamento com lã de ovelha - uma lona com dois centímetros de espessura”.

Atrair novos públicos
Virado para o Parque Nacional da Peneda-Gerês, com a barragem de Paradela a premeio, o empreendimento é visto pela autarquia de Montalegre como um “meio para potenciar o turismo na região”.

“Estamos a falar de um projecto inovador, um produto turístico novo, mesmo às portas do PNPG”, refere o vice-presidente da Câmara de Montalegre, David Teixeira.

Para o autarca, “aliar esta região à capacidade de fazer silêncio, de observação da natureza, numa simbiose de equilíbrio e de sustentabilidade”, vai permitir atrair um público com outras características, de modo particular o “turista a Norte da Europa”.

Regresso por amor
Emigrante até Maio passado, e depois de muita viagem pelo mundo, o empresário de 39 anos, casado com uma francesa - Marie Marchand, de 32 anos - revela que o investimento surgiu por amor à “terra natal”.

“Sou barrosão e estive muitos anos em França. Adoro a minha terra e sempre tive intenção de investir na região”, conta.

Vítor Afonso confessa que o seu “sonho era viver aqui”, mas o problema era saber como o podia fazer. Para o empresário, este projecto surgiu como uma “oportunidade”, na esperança que “corra bem”.

Concretizar o sonho custou a Vítor Afonso 50 mil euros, verba que ainda não encontrou financiamento comunitário. Para já, foram as economias do casal que fizeram nascer a obra.