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Passos ao lado de quem luta pelo desenvolvimento transmontano

12 jul, 2014 • Olímpia Mairos

Instituições de Trás-os-Montes e Alto Douro assinam Carta de Compromissos para o Desenvolvimento Regional. É um “grito de alerta” contra os problemas que afectam o interior do país. Primeiro-Ministro estará presente no acto a realizar na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

É uma iniciativa inédita. Instituições de ensino superior (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e os Institutos Politécnicos de Bragança e Viseu), as Comunidades Intermunicipais (Alto Tâmega, Douro e Terras de Trás-os-Montes) e Associações Empresariais (ACISAT, NERVIR e NERBA) unem-se para assinar uma Carta de Compromissos visando promover um programa de Desenvolvimento para Trás-os-Montes e Alto Douro.

A Carta é assinada, este sábado, pelas 17h00, na Biblioteca Central da UTAD, e conta com a presença do Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho.

O documento a assinar pretende ser “um ponto de partida para um trabalho em rede, em prol da região, e para combater o declínio, nomeadamente demográfico, que há muito tempo a afecta”, refere o professor da UTAD, Artur Cristóvão.

O encerramento de serviços públicos ou a possível introdução de portagens na auto-estrada que liga Vila Real a Bragança são também preocupações a unir os signatários da carta de compromisso.

“Esta carta é um grito de alerta para todo este conjunto de aspectos negativos que estão a penalizar de forma muito particular o interior. Temos a noção de que não vamos fazer milagres mas temos uma responsabilidade de assinalar os problemas, de nos envolvermos coletivamente e de mobilizarmos outros agentes, de procurarmos, com espírito criativo ultrapassar os obstáculos que possam ser ultrapassáveis”, frisa o docente universitário.

Artur Cristóvão sublinha ainda que "a carta não é contra este ou outros governos", mas um instrumento para “congregar esforços, unir a região e com criatividade e inovação, ultrapassar os problemas”.

Os compromissos
Um trabalho conjunto entre todos os signatários de modo a ultrapassar a falta de articulação entre os agentes locais é o primeiro dos quatro compromissos e visa, contrariar “uma das fortes limitações ao desenvolvimento”.

A construção de um programa de desenvolvimento que incida em áreas consideradas como prioritárias, como o apoio às empresas, a valorização dos recursos endógenos, a internacionalização da economia local, a busca de novas actividades que possam criar emprego e riqueza e a qualificação são as metas a alcançar com o segundo compromisso.

Criar um enquadramento institucional do programa, nomeadamente através de uma comissão de acompanhamento, um grupo operativo é o terceiro compromisso. Por último, os promotores propõem-se alargar a dinâmica a outros actores do território e a criação de um fórum regional.

Como contrapartida, os signatários requerem “que o Governo acredite na região e nos seus agentes e se comprometa a investir e a apoiar um programa desta natureza”.