07 jul, 2014
Dezenas de trabalhadores da Controlinveste concentraram-se, em Lisboa, para contestarem o despedimento colectivo no grupo de comunicação social, alertando para os impactos que a medida terá no pluralismo da informação e na democracia portuguesa.
Trabalhadores do grupo, jornalistas de outros meios de comunicação, deputados e sindicalistas juntaram-se ao final da tarde numa vigília em frente ao Diário de Notícias (uma das publicações da Controlinveste), em Lisboa, em solidariedade e contra o despedimento coletivo de 140 pessoas na Controlinveste, que detém também o Jornal de Notícias (JN), O Jogo, a TSF e a Notícias Magazine.
"É o maior despedimento colectivo na comunicação social. Tem um impacto terrível para os trabalhadores neste momento de crise, em que não há emprego. Mas o impacto não é só social, também há uma perda na qualidade da informação e no pluralismo, o que é muito importante", afirmou a vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas, Rosária Rato, sublinhando que "a quebra no pluralismo de informação é um ataque à democracia".
Com esta redução no número de trabalhadores, os títulos do grupo e a TSF "não vão ter a mesma qualidade de informação", uma vez que as redacções já tinham sido reduzidas com outro despedimento colectivo de há cerca de cinco anos, e, por isso, "é impossível fazer o mesmo trabalho com muito menos pessoas", afirmou.
Para Rosária Rato, os despedimentos vão trazer uma "partilha de conteúdos" e uma "falta de alternativa", o que pode fazer cair "ainda mais" as vendas.
Os trabalhadores da Controlinveste vão estar em greve na próxima sexta-feira e o Sindicato dos Jornalistas espera que o despedimento colectivo ainda seja reversível e que sejam discutidas outras alternativas para que "a empresa possa poupar", como a redução salarial, admitiu Rosária Rato.
Os deputados do PCP, Bloco de Esquerda e do PEV, mas também os líderes sindicais da UGT e da CGTP que marcaram presença na vigília, demonstraram a solidariedade com os trabalhadores e fizeram apelos à empresa para que encontre alternativas que minimizem os impactos nos trabalhadores e elogios à importância cívica de um jornalismo plural.