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Isaltino "feliz" deixa a prisão de saco de plástico na mão

24 jun, 2014

Antigo autarca de Oeiras foi condenado a dois anos de prisão por fraude fiscal, mas vai cumprir o resto da pena em liberdade condicional.

Isaltino "feliz" deixa a prisão de saco de plástico na mão
Isaltino Morais saiu esta terça-feira, pelas 18h50, do Estabelecimento Prisional da Carregueira, em Sintra, dizendo aos jornalistas que estava muito feliz por sair em liberdade.

"Estou [muito feliz], mas não quero dizer mais nada. Falarei mais tarde", prometeu o antigo autarca revelando "há muito tempo" aguardava esta decisão. Confessou ainda que “estar em liberdade é a coisa melhor que a pessoa pode ter.”

Visivelmente mais magro, o ex-presidente da Câmara de Oeiras saiu da prisão da Carregueira, faltava pouco para as 19h00 e, com ele, trouxe apenas alguns pertences, dentro de um saco de plástico.

À saída, dirigiu-se de imediato para o carro do seu advogado, Pinto de Abreu, mas antes deu ainda um abraço emocionado ao seu filho, seguindo viagem até à sua casa, em Miraflores, junto a Algés, Oeiras, para, segundo disse, "descansar".

Isaltino Morais, condenado a dois anos de prisão por fraude fiscal, vai cumprir o resto da pena em liberdade condicional, mas o tribunal impôs três regras: terá de continuar a morar na sua residência de Miraflores, não pode sair Portugal continental até Abril de 2015 e não pode cometer qualquer ilícito, sob pena de perder a liberdade condicional.

Fonte do Tribunal da Relação de Lisboa revelou que recurso interposto pela defesa de Isaltino Morais "foi julgado procedente", tendo sido revogada a decisão do Tribunal de Execução de Penas de Lisboa, que lhe negou o cumprimento do resto da pena em prisão domiciliária com pulseira electrónica, antes de cumprir um ano de prisão.

Como entretanto Isaltino Morais já cumpriu um ano de cadeia (no passado dia 24 de Abril), a decisão de hoje da Relação determina que cumpra o resto da pena em liberdade condicional e não em prisão domiciliária com pulseira electrónica, como queria a defesa do ex-autarca.

O ex-presidente da Câmara de Oeiras foi condenado em 2009 a sete anos de prisão e à perda de mandato autárquico, por fraude fiscal, abuso de poder, corrupção passiva para ato ilícito e branqueamento de capitais. Entretanto, a Relação decidiu em 2010 baixar para dois anos de prisão a pena por fraude fiscal e branqueamento de capitais, anulando as penas de perda de mandato e abuso de poder.

Ainda como presidente da Câmara de Oeiras, o ex-autarca foi detido a 24 de Abril do ano passado, à porta da câmara, depois de esgotadas todas as possibilidades de recurso, mais de três dezenas de diligências.