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Viseu e Arouca contestam encerramento de escolas

24 jun, 2014

No caso de Viseu, a câmara aceita fechar cinco das seis escolas na lista do Governo. A de Travanca tem de manter-se em funcionamento.

O presidente da Câmara de Viseu disse, esta terça-feira, que não aceitará o encerramento da escola de Travanca, que não estava acordada com o Ministério da Educação, admitindo a hipótese de a autarquia a manter em funcionamento "a expensas próprias".

Seis escolas do primeiro ciclo do ensino básico do concelho de Viseu vão encerrar já no próximo ano lectivo, de acordo com uma lista divulgada segunda-feira pelo Governo.

Em declarações à agência Lusa, Almeida Henriques (PSD) explicou que inicialmente o ministério pretendia encerrar onze escolas, tendo havido acordo relativamente às de Boa Aldeia, Vil de Souto, Lages, Corvos e Orgens.

"A de Travanca fazia parte das 11 iniciais. Tínhamos chegado ao entendimento do encerramento de cinco, porque as razões são ponderosas e estão salvaguardadas as questões pedagógicas e dos transportes, mas em relação a esta sexta não o aceitaremos de maneira nenhuma", frisou.

No que respeita às escolas de Boa Aldeia, Vil de Souto, Lages, Corvos e Orgens, o autarca contou que houve entendimento relativamente ao seu fecho, "em diálogo com os pais e com as Juntas de Freguesia", estando assegurada quer a questão do transporte, quer a do prolongamento do horário escolar, "para que seja concertado com a atividade dos pais".

"A de Travanca não estava acordada com o Ministério da Educação. Eu sou um homem de uma só palavra e a palavra que dei às populações é aquela que irei cumprir estritamente", assegurou.

Arouca também protesta
Também a Câmara de Arouca recusa encerrar uma das escolas incluídas na lista do Ministério da Educação.

O autarca, José Artur Neves, mostrou-se "surpreendido" com a inclusão da escola de Bacelo na lista das 311 que já devem estar a funcionar no próximo ano lectivo, revelando que tem mais de 40 alunos e não se justificar a despesa que o fecho implicaria em transportes.

"A Câmara não aceita fechar a escola", disse José Artur Neves, acrescentando que o estabelecimento de ensino "tem mais de 40 alunos e, considerando que não há transportes públicos para cobrir os cerca de dez quilómetros entre a freguesia de Tropeço e a de Rossas, isso implicaria uma despesa com serviços de transportes especiais que não é comportável nesta altura.

Para o autarca, se a ideia do Governo é cortar no salário dos professores e dos auxiliares e pôr a Câmara a pagar o transporte das crianças de um lado para o outro, pode perder essa ideia".