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"Barrigas de aluguer" não são consensuais no PSD

18 jun, 2014 • Susana Madureira Martins

Votação na especialidade no Parlamento deverá ser na próxima semana. CDS vai votar contra.

A questão das "barrigas de aluguer" ou gestação de substituição poderá ser votada na especialidade na Assembleia da República na próxima semana, mas o sentido dessa votação é incerto.

A votação final global em plenário pode ser um dia de divisões. O CDS já disse que vota contra, mas dentro do PSD o tema não é consensual. 

Na bancada social-democrata, o tema da gestação de substituição é de tal modo sensível que a deputada Ângela Guerra, que tem acompanhado os trabalhos na especialidade, admite que na sua própria bancada a votação em plenário poderá não ser pacífica.

“Tenho a certeza que não vai ser pacífico. Estas matérias, pela natureza que revestem, são muito pessoais e terá certamente muitas opiniões divergentes dos deputados, tanto no meu grupo parlamentar, como nos restantes. Não é uma matéria que eu diga à partida que vai ser votada por unanimidade no plenário. Vai ter algumas dificuldades em ser tratada”, defende a deputada do PSD.

Balde de água fria para PS
Os problemas que a social-democrata Ângela Guerra antevê seriam, para a socialista Maria Antónia Almeida Santos, um autêntico balde de água fria após longos meses de trabalho.

“Sinceramente espero que isso não aconteça, até porque foi um processo muito participado e onde todos nós, de uma forma ou de outra, fizemos cedências no sentido de tentar ter uma lei que pudesse ter um espírito o mais consensual possível. As cedências que foram precisas fazer foram realizadas com esse espírito, de aprovarmos a lei. Um chumbo seria, para mim e para a maior parte dos deputados que estiveram com este espírito de construir uma alteração, uma grande frustração”, confessa a socialista. 

Esta quarta-feira realizou-se a última reunião do grupo de trabalho que esteve a analisar a matéria. O texto conjunto segue agora para a comissão parlamentar de saúde.

Maria Antónia Almeida Santos que é presidente da Comissão Parlamentar de Saúde admite à Renascença que só na próxima semana será possível fazer a votação na especialidade, mas a tempo de uma votação final global a realizar até ao próximo dia 10 de Julho, último dia de plenário no Parlamento.