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Medidas pró-natalidade são urgentes, mas "falta vontade"

03 jun, 2014

Conclusão é da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, que organizou um colóquio sobre o tema no Parlamento.

Os vários grupos parlamentares concordam no essencial: é urgente desenvolver em Portugal medidas de apoio à natalidade. O que falta é vontade, diz a presidente da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN), que organizou esta terça-feira um colóquio na Assembleia da República sobre os “Desafios para a sustentabilidade demográfica”.

De acordo com um estudo comparativo da evolução demográfica em contexto europeu apresentado nesta iniciativa da APFN, em países como França, Suécia ou Finlândia foram tomadas medidas através de apoios directos do Estado ou de políticas que permitem conciliar trabalho e família que permitiram travar a tendência.

Em Portugal, “falta este passo final que é mais vontade. O diagnóstico é consensual: temos um problema demográfico grave em Portugal, isso foi admitido por todos os participantes [na conferência].”

“É preciso um passo muito pequeno. Ficamos com alguma esperança de que, de uma vez por todas, seja possível caminhar no sentido de dar verdadeira liberdade às famílias para terem o número de filhos que desejam”, acrescenta.

Num país onde a percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) destinado ao apoio às famílias é das mais baixas na Europa, Ana Cid Gonçalves entende que a prioridade deve ser garantir uma política fiscal mais amiga das famílias.

“Pelo menos não tirar dinheiro às famílias, daí as medidas fiscais, e não tirar tempo às famílias”, diz.

A presidente da APFN garante que as famílias numerosas não querem ser beneficiadas: pedem apenas para não serem “penalizadas” as famílias com mais filhos.