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Portugal “perdeu” um milhão de crianças em 30 anos

30 mai, 2014

Há cada vez menos crianças na população portuguesa, revela o INE. Quebra da natalidade explica o fenómeno, que tem tendência para continuar.

O peso das crianças na população residente em Portugal caiu para metade em meio século e essa redução foi mais acentuada nos últimos 30 anos, período em que o país “perdeu” cerca de 936 mil crianças, revelam dados divulgados esta sexta-feira pelo INE.

“Em 50 anos, a percentagem de crianças na população residente passou de 29,2%, em 1960, para 14,9%, em 2011”, ano em que residiam em Portugal 1.572.329 crianças", adiantam os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para assinalar o Dia Mundial da Criança, que se comemora no domingo.

Esta diminuição foi “mais evidente” a partir da década de 80, refere o INE, precisando que, entre 1981 e 2011, registaram-se menos cerca de 936 mil crianças (uma quebra de 37,3%).

“Consequentemente, o peso das crianças na população tem vindo a recuar de forma acentuada, tendo em conta que, nos últimos 30 anos, a população total aumentou”, observa.

Estes números são justificados pelo INE com a quebra da natalidade: em 2013, o número de nados-vivos de mães residentes em Portugal foi de 82.787, o valor mais baixo desde que há registos e que representa menos 7,9% do que em 2012.

De acordo com os cenários da população residente elaborados pelo instituto para o período 2012-2060, o número de crianças em Portugal poderá sofrer uma quebra que variará entre 25% e 62%. O cenário central é uma diminuição de 36%.