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Ministro da Educação admite segunda língua estrangeira obrigatória nas escolas

20 mai, 2014

Nuno Crato rejeita as acusações dos municípios de "falta de diálogo", sublinhando fecho de escolas é processo em negociação.

Ministro da Educação admite segunda língua estrangeira obrigatória nas escolas
O ministro da Educação admitiu que o ensino de uma segunda língua estrangeira possa vir a ser obrigatório. A posição de Nuno Crato foi assumida em declarações aos jornalistas em Bruxelas, à margem da reunião do Conselho de Educação.

O governante português adiantou que a introdução de uma segunda língua estrangeira obrigatória nas escolas é uma hipótese em cima da mesa entre os 28 Estados-membros e admitiu a possibilidade de o ensino de inglês ser alargado de cinco para sete anos.

Sobre a possibilidade de ser introduzida uma segunda língua estrangeira entre as disciplinas obrigatórias, Nuno Crato afirmou que os ministros europeus têm a ambição de estender a medida "a todos os países".

"Temos a possibilidade de estudar alemão, estudar espanhol, estudar francês, como segunda língua e surgiu recentemente a possibilidade de estender o mandarim como uma das disciplinas opcionais a ter no ensino secundário e talvez mesmo no ensino básico", disse.

Outros dos pontos de discussão foi "o reforço da internacionalização das universidades europeias", especialmente com "vários países africanos e asiáticos com os quais a Europa tem preocupação especial de cooperação, nomeadamente com a China". Neste ponto, o ministro da Educação sublinhou a importância da recente viagem do Presidente da República à China.

Fecho de escolas em negociação
O ministro da Educação e Ciência negou hoje, em Bruxelas, as acusações da Associação Nacional de Municípios de "falta de diálogo" e reiterou que o processo de encerramento de escolas do 1.º ciclo está em negociação, podendo ser alterado.

"Uma coisa são propostas, outra são decisões. As pessoas não podem pensar que há falta de diálogo por pura e simplesmente serem feitas propostas", disse Crato, acrescentando que "o diálogo faz-se com base em propostas".

O ministro admitiu ainda que há propostas que podem ser revistas, durante as negociações. O processo ainda irá "demorar algumas semanas", reconhecendo haver casos "mais difíceis".

Na semana passada, o presidente da ANMP, Manuel Machado, reiterou as acusações de "falta de diálogo" entre o Governo e as autarquias sobre o processo de encerramento de 439 escolas.