"Amor" e "futuro" definem Portugal para antigo ministro

O antigo ministro Álvaro Laborinho Lúcio definiu Portugal através das palavras "amor" e "futuro" durante uma sessão no festival Literatura em Viagem (LeV), realçando que a dedicação a um país implica que a esperança não esmoreça.

Numa das últimas mesas do evento que decorre desde sexta-feira em Matosinhos, subordinado ao tema "O mapa da linguagem", o juiz conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça foi instado a definir Portugal em duas palavras, tarefa que disse ter dificuldades em cumprir. Ainda assim, Laborinho Lúcio avançou com "amor" e "futuro".

A primeira por ser algo que considera necessário "incorporar no dia-a-dia na relação intersubjectiva de todos os portugueses e de todas as portuguesas no seu contexto quer interno quer externo" com uma possível transição para o discurso político.
A segunda, "para dar a ideia de que quando se ama um país a última coisa que pode perder-se é a esperança naquilo que seja o seu trajecto para a frente".

"Para mim, esta ideia de futuro [deve ser] construída numa ideia de amor, que do ponto de vista político significa inclusão universal e, portanto, solidariedade activa e não solidariedade de diferenciação entre quem é superior e quem é inferior, mas solidariedade na procura da igualdade na diversidade", disse o também antigo ministro da República para a Região Autónoma dos Açores, que este ano lançou o primeiro romance, intitulado "O Chamador".

Laborinho Lúcio complementou o pensamento: "Se conseguirmos criar esta ideia transportando o amor da literatura para a política em termos de inclusão e o futuro para uma ideia de esperança, de renovação e de afirmação daquilo que são as nossas qualidades humanas, políticas, sociais, culturais, etc., julgo que talvez possamos desenhar aqui um mapa de Portugal para o qual gostemos de viajar mal acabe este nosso encontro".