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S. Pedro da Cova quer compensação por "crime ambiental"

15 abr, 2014

Remoção de resíduos perigosos depositados há 13 anos nas antigas minas vai começar nos próximos dias.

A remoção de 88 mil toneladas de resíduos industriais perigosos das minas de São Pedro da Cova, em Gondomar, vai arrancar nos próximos dias. O presidente da junta de freguesia exige uma recompensa pelo que apelida de "crime ambiental".

O ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, anunciou o início iminente dos trabalhos durante a assinatura do contrato de adjudicação, realizado esta terça-feira.

Jorge Moreira da Silva disse que a remoção dos resíduos vai custar 13 milhões de euros. Os trabalhos deverão durar nove meses, com “70 a 80 camiões por dia” a carregar os resíduos industriais perigosos que estão depositados nas escombreiras das antigas minas de S. Pedro da Cova desde 2001.

Daniel Vieira, o presidente da junta de freguesia local, diz à Renascença que, apesar do atraso, a população está contente com a decisão, mas continua preocupado com a qualidade da água na região. 

“Foram assumidos compromissos de análise à qualidade da água em São Pedro da Cova e, até ao momento, não são conhecidos os resultados dessas análises.”

O autarca acrescenta que, logo que terminem os trabalhos de remoção dos lixos perigosos, a autarquia pretende avançar com valorização das antigas minas de São Pedro da Cova.

“É necessário o desenvolvimento de um projecto de requalificação ambiental, paisagístico e cultural do espaço, quer onde foram depositados os resíduos quer no antigo complexo industrial mineiro contíguo. A freguesia foi prejudicada, foi cometido este crime ambiental para o qual a população em nada contribuiu, portanto, pensamos que é necessário uma compensação por este crime ambiental”, conclui Daniel Vieira.