Combate ao desperdício alimentar é tendência na indústria
14 abr, 2014 • Joana Costa
Uni-doses, redução do tamanho da embalagem e aumento do prazo de validade marcam 2014, diz associação do sector agro-alimentar português.
O combate ao desperdício de alimentos já entrou nas contas da indústria. A Portugal Foods (PF), associação que representa o sector agro-alimentar português, diz que o ano de 2014 será fértil em estratégias comerciais para reduzir o desperdício.
"Uma das dez tendências que a Portugal Foods identificou para o sector agro-alimentar a nível mundial prende-se com a optimização e a redução do desperdício. Com o mote 'Guarda o que não presta e traz o que precisas'", diz Isabel Braga da Cruz, da Knowledge Division da PF.
A preocupação da indústria manifesa-se "com algumas inovações": do tamanho da embalagem, "explorando a vertente das uni-doses, até embalagens que permitam uma maior extensão do prazo de validade".
"O que sobra também, por vezes, custa. O desperdício tem um valor. Ver-se livre do resíduo no final de linha também custa", refere.
O exemplo de um supermercado
O combate ao desperdício alimentar é também uma preocupação na grande distribuição.
No ano passado, as doações directas a IPSS feitas pelo Pingo Doce representaram o valor de 11 milhões de euros. "Um apoio directo já com tradição histórica na marca", nota Ana Alves, porta-voz da cadeia de supermercados.
Actualmente, 95% das 376 lojas em Portugal têm esta rotina diária: no final do dia separam os produtos alimentares que não podem ser vendidos, mas que cumprem todos os requisitos legais de higiene e segurança alimentar. "Estes produtos são encaminhados para IPSS, cerca de 400 instituições de norte a sul", refere.
Fruta, legumes, lacticínios, produtos de padaria e pastelaria e produtos de "take-away" estão na lista dos produtos mais doados.
Enquadrado nesta política de apoio às comunidades envolventes, o Pingo Doce estabelece protocolos com entidades que também têm a preocupação de combater o desperdício alimentar.
"Em 2011 o PD foi a primeira empresa a assinar um protoloco com a Dariacordar [responsável pelo movimento Zero Desperdício], que faz precisamente este papel de intermediário", diz. "Temos também algumas lojas, situadas em Lisboa, que apoiam a Refood."