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Jovens começam a falar em emigrar ainda no secundário

02 abr, 2014 • Ana Carrilho com Carla Fino

Psicóloga Ana Ribas diz que a questão é abordada nas sessões individuais e colectivas, sobretudo pelos estudantes do 12º ano.

Há jovens quer começam a falar em emigração logo no ensino secundário. A revelação foi feita pela psicóloga Ana Ribas no programa “Trabalho sem Fronteiras”, no âmbito da parceria Renascença/EURANET, que abordou as escolhas profissionais dos jovens portugueses.

Ana Ribas, que pertence à Comissão de Estágios da Ordem dos Psicólogos e é responsável pelo Serviço de Psicologia e Orientação Profissional do Agrupamento de Escolas de Mem Martins, diz que a questão é abordada nas sessões individuais e colectivas, sobretudo pelos estudantes do 12º. ano.

A ideia de estudar e trabalhar fora surge naturalmente como alternativa à falta de emprego no mercado laboral português, afirma a psicóloga.

Tanto para os que ficam como para os que emigram, ser “doutor ou engenheiro” já não é visto como fundamental para ter acesso mais fácil a um emprego e bem pago. Por isso, muitos estudantes optam pelos cursos de formação profissional. Um dos exerce maior fascínio actualmente é o de cozinha, constatou a Renascença na Futurália - Feira de Educação, Formação e Orientação Educativa, que decorreu na FIL, em Lisboa.

Ana Ribas defende ainda a necessidade de os alunos terem, ainda no ensino secundário, um maior contacto com o mundo do trabalho. Segundo a dirigente da Ordem dos Psicólogos, seria uma ideia excelente para os ajudar a escolher o curso superior ou a via profissional.

O elevado nível de desemprego jovem em Portugal continua a ser uma preocupação. Esta semana, os dados do Eurostat revelaram uma subida em Fevereiro, o que acontece pelo terceiro mês consecutivo, atingindo agora os 35%. É uma das percentagens mais elevadas da União Europeia, bem acima dos 23% de média entre os 28 e ainda mais, tendo em conta os 22,5% de desemprego jovem na Zona Euro.