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Portugal está em "alerta super vermelho" na natalidade

25 mar, 2014

Especialista defende "políticas amigas da natalidade" em matéria fiscal, por exemplo, e lembra que a nível laboral por diversas vezes as mulheres em idade fértil são "fortemente prejudicadas nas empresas".

O professor universitário Joaquim Azevedo, coordenador de uma equipa de trabalho sobre questões de natalidade, disse que Portugal está num "alerta super vermelho" em matéria de novos nascimentos.

"Vamos ter de trabalhar, pelo menos, 20 anos se quisermos inverter a tendência. Mas primeiro temos de [a] estabilizar", disse Joaquim Azevedo, que, falando em Viseu nas jornadas parlamentares do PSD, alertou para o perigo de o número de portugueses "rapidamente" voltar ser igual ao da "idade média" se não for travada a queda da natalidade.

O docente foi apresentado recentemente pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, como coordenador de uma equipa de trabalho sobre questões de natalidade que irá trabalhar o tema e apresentar propostas ao Governo.

"Estamos a perder população, como sabemos. Essas questões são claríssimas", realçou, defendendo "políticas amigas da natalidade" em matéria fiscal, por exemplo, e lembrando que a nível laboral por diversas vezes as mulheres em idade fértil são "fortemente prejudicadas nas empresas".

"Estamos diante de uma realidade que não tem à partida muita questão ideológica subjacente. É a realidade, são os factos, é isto que se está a passar", sublinhou, perante os parlamentares sociais-democratas.

Joaquim Azevedo antevê que antes do fim do século Portugal tenha sete milhões de habitantes, e Portugal será, desse modo, um país "insustentável".

"Se é esse país que queremos, é esse o país que estamos a construir", alertou.

O PSD encerra, esta terça-feira, em Viseu ,dois dias de jornadas parlamentares com o pós-troika como pano de fundo, estando os trabalhos deste último dia centrados na sustentabilidade demográfica e social do país.