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E se fosse criado um imposto sobre levantamentos?

24 mar, 2014

Proposta é defendida pela presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, e serviria como incentivo à poupança.

E se fosse criado um imposto sobre levantamentos?

A presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP), Teodora Cardoso, propõe a criação de uma taxa sobre os levantamentos de dinheiro de contas onde os cidadãos recebam salários e pensões. 

Admitindo que tal imposto "não existe em lado nenhum" e é apenas uma ideia, que está a ser discutida por exemplo em Inglaterra, Teodora Cardoso apresentou a proposta esta segunda-feira, no primeiro dia das jornadas parlamentares do PSD, a decorrer em Viseu. 
 
"Este imposto consistiria nos rendimentos das pessoas, seja trabalho ou capital, quaisquer rendimentos, serem pagos a uma conta bancária de poupança. Seria sobre os levantamentos dessa conta que indiciaria o imposto, com o pressuposto que só levantaríamos dinheiro dessa conta para gastar", declarou a presidente do CFP. 
 
O imposto, sublinhou, "seria progressivo sobre o valor da despesa e não sobre o rendimento" e teria como vantagem ser um imposto de incentivo à poupança, "a maneira de financiar o investimento". 
 
Nas jornadas parlamentares do PSD, Teodora Cardoso alertou que os salários em Portugal "não vão nunca subir muito" porque o país compete com outros onde os salários são mais baixos. 

Lembrando que as decisões orçamentais têm influência não só no ano do Orçamento do Estado em causa mas "em muitos anos seguintes", a presidente do CFP sublinha que deveria haver uma lei orgânica com os limites ao défice e uma regra na Constituição que limite os máximos de dívida do país.

Teodora Cardoso definiu também como essencial um entendimento entre o PSD e o PS em diferentes áreas.  "É necessário um conjunto de regras que terão de ser acordadas entre os dois partidos", disse. 
 
As jornadas do PSD, que têm como lema "Portugal pós-troika, compromisso e sustentabilidade", contaram na sessão de abertura com a presença do presidente do partido e primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.