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Fecharam mais de 80 cursos superiores este ano lectivo

24 mar, 2014 • Fátima Casanova

Instituições adaptam-se à redução do número de alunos e avançam com a reestruturação da oferta. Prevê-se que, até 2015, encerrem cerca de 1.600 cursos.

As universidades portuguesas fecharam, só neste ano lectivo, mais de 80 cursos superiores. Mas o processo ainda não terá terminado, uma vez que faltam acreditar, pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), cerca de 1.600 cursos até 2015.

Em entrevista à Renascença no início do ano, o presidente da A3ES admitiu haver “largas de dezenas de cursos que encerram todos os anos quando chega a sua vez de serem acreditados.”

Alberto Amaral reconhece o esforço das instituições em reestruturar a sua oferta, o que acontece, “por um lado, pela acção da agência e, por outro, em função da própria crise económica”, uma vez “que este tipo de encerramentos está a acontecer com frequência.”

A adaptação também passa pelas necessidades do mundo laboral. Neste ano lectivo, até o curso de Engenharia Civil foi prejudicado, sobretudo no Alentejo, onde encerraram todos os cursos.

“Não terá havido um único curso que tivesse preenchido todas as vagas e, com excepção da Universidade do Porto e do Instituto Superior Técnico, muitas das instituições tiveram um número baixíssimo de candidatos”, adianta ainda Alberto Amaral.

O presidente da A3ES sabe que “houve cursos que ficaram em branco e outros que tiveram quatro, cinco ou seis alunos”.

Espera-se agora que o Ministério da Educação apresente a proposta de reestruturação da rede. Contactada pela Renascença, fonte do gabinete do ministro Nuno Crato garante que a tutela está a trabalhar para apresentar a proposta até ao final da semana, a que se segue a discussão pública para que as mudanças entrem em vigor no início do próximo ano lectivo.