24 mar, 2014 • Rosário Silva
Na Universidade de Évora, “o curso de Engenharia Civil foi descontinuado. A Universidade deixou de apostar neste curso e os alunos têm até ao ano lectivo de 2014/2015 para terminarem ou então escolherem outras instituições para acabar o curso”, revela à Renascença o aluno Daniel Balola.
Natural de Elvas, com 20 anos, Daniel lamenta que o curso tenha deixado de ter procura “por causa da conjuntura actual e também da falta de investimento em obras públicas e privadas”.
Repartidos por diferentes anos, há 85 alunos de Engenharia Civil, muitos dos quais não vão conseguir terminar a licenciatura em Évora – e, possivelmente, em mais lado nenhum, porque, assegura outro estudante, as dificuldades económicas não o permitem.
“Há alunos que são cá de Évora que não podem suportar os custos noutra universidade. Depois ainda têm de pagar a casa, para além das propinas e as bolsas que, hoje em dia, é complicado”, descreve Pedro Rosa, também de 20 anos.
Eborense, Pedro escolheu Engenharia Civil por vocação. Sabe hoje que as saídas profissionais são mínimas, pelo menos por agora, mesmo assim pretende terminar o curso e, se não for em Portugal, o estrangeiro será, certamente, alternativa.
“Não vou deixar de trabalhar naquilo de que gosto, só porque em Portugal, agora, não há recursos suficientes”, garante.
As palavras servem também a Daniel Balola para quem há que “pensar em grande e no mundo que temos lá fora. Se queremos fazer aquilo de que gostamos temos que ir à procura do nosso sonho nem que seja do outro lado do mundo.”
Apesar de fim anunciado os alunos continuam a dinamizar o Núcleo de Estudantes de Engenharia Civil da Universidade de Évora, com actividades diversas que apontam caminhos para uma profissão que, acreditam, tem futuro.