Câmaras de Lisboa e Vila Franca encontram solução para o lixo

Para contornar a greve na Valorsul, as câmaras de Lisboa e de Vila Franca de Xira estão a enviar lixo para as instalações da Tratolixo, de Trajouce, no concelho de Cascais.

A alternativa foi autorizada pelas Camaras de Cascais, Oeiras, Sintra e Mafra, os municípios que são servidos por aquela Ecoparque e é para lá que ao longo do dia têm seguido vários camiões de Lisboa.

Em conferência de imprensa realizada esta tarde, Antonio Costa confirmou a solução encontrada para contornar os efeitos da greve que já vai no terceiro dia, aproveitando a ocasião também para apoiar os motivos que estão na origem da greve.

O autarca de Lisboa critica a privatização do capital que o Estado tem no grupo onde se inclui a Valorsul, reafirmando nesta conferência de imprensa que os 19 municípios servidos por aquela empresa não podem ficar sujeitos a um monopólio privado. António Costa foi particularmente crítico em relação ao Ministério do Ambiente: “O Ministério do Ambiente tentou por diversas formas organizar um cartel que impedisse encontrarmos alternativas para a deposição dos nossos resíduos. Quero aqui agradecer aos meus colegas presidentes de câmara de Cascais, Oeiras, Sintra e Mafra, que acabam de autorizar a deposição dos resíduos sólidos urbanos de Lisboa na Tratolixo, empresa de que são accionistas.”

O porta-voz do sindicato representativo dos trabalhadores da Valorsul mostrou-se compreensivo com a decisão da Câmara de Lisboa.

“Se a Câmara de Lisboa assim o entendeu, é uma questão que só a eles diz respeito. Nós não estamos contra, nem contestamos que eles tenham arranjado uma alternativa”, afirmou à agência Lusa Navalha Garcia, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas.