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O que eles disseram sobre natalidade

19 mar, 2014 • Ricardo Vieira

"Houston, we have a problem". Presidente, Governo, partidos, Igreja e sociedade civil têm manifestado preocupação com a redução do número de nascimentos em Portugal.

- O Presidente da República, Cavaco Silva, visitou a Guarda em Novembro de 2007. No interior do país deixou duas questões: “Por que é que nascem tão poucas crianças? O que é preciso fazer para que nasçam mais crianças em Portugal?”
 
- Sobre a queda da natalidade, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse, em Outubro do ano passado, que o país tem de "inverter esta tendência, mas não vai ser fácil fazê-lo". Em entrevista à RTP, admitiu que não há “condições para implementar políticas de natalidade" com base em verbas do Orçamento do Estado.
 
- O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, defende no início deste mês, que "o melhor contributo para natalidade seria demitir este Governo”.
 
- “Se os casais jovens tiverem incentivos e emprego, terão filhos e a natalidade aumenta”, disse Berta Nunes, presidente da Câmara de Alfândega da Fé, em Fevereiro, numa iniciativa do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas.
 
- “Houston, we have a problem” foi a frase utilizada pelo vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, em Janeiro deste ano, no congresso do CDS, para marcar a importância da questão demográfica e da reforma da Segurança Social que lhe está associada.
 
- Algumas semanas antes, em Dezembro de 2013, o Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, avisou: “Se não tivermos uma sociedade em que a natalidade seja apreciada como um valor primeiríssimo, depois não temos a base nem para o presente”, nem para o futuro.
 
- Quanto a medidas para aumentar o número de nascimentos, a antiga ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite disse discordar de políticas fiscais de apoio à família: “nem sempre cumprem os objectivos que desejam". Aumentar a natalidade não é coisa que se decrete, defendeu a ex-líder do PSD, em Março de 2013.
 
- “Se não acontecesse nada daqui até ao final do século XXI, a população portuguesa ficava reduzida a 15% ou 20%, ainda por cima pobre, velhinha e trôpega”, alertou o sociólogo Manuel Villaverde Cabral, director do Instituto do Envelhecimento, em Outubro de 2011.