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Mais liberdade na saúde, menos na educação, defende António Barreto

25 fev, 2014 • Graça Franco e Helena Garrido [Jornal de Negócios]

Sociólogo defende revisão da Constituição, que “é muito generosa em direitos e parca em deveres”.

Há muito tempo que António Barreto defende uma revisão constitucional, que liberte as novas gerações do peso de uma lei fundamental demasiado datada e ideológica. Uma Constituição que “é muito generosa em direitos e parca em deveres”, como diz nesta entrevista à Renascença e ao Jornal de Negócios, no âmbito da parceria “Três anos de troika. E agora?”.

Barreto entende que é necessário “anular todas as cláusulas que dizem como o Governo deve fazer” e tornar a Constituição mais simples para, depois, no plano político, ser possível ter mais liberdade de opção. E é no plano político e não constitucional que defende a manutenção de um sistema de saúde público, mas com maior liberdade de recurso ao privado, de contratualização com o privado.

Ainda no campo da política de saúde, o sociólogo defende o fim da acumulação entre medicina pública e privada, para acabar com a promiscuidade.

Pelo contrário, na educação, o presidente da fundação Francisco Manuel dos Santos admite a liberdade de escolha, mas sem que o Estado pague a privados. “Quem quer fazer educação privada que a pague. O Estado não deve pagar cheques ensino não deve estar a subvencionar as escolas privadas, como faz actualmente. O Estado gasta milhões e milhões nisso, nas escolas privadas e acho que não o deve fazer”, afirma António Barreto.

Já em matéria de justiça, Barreto critica nesta entrevista a proposta do líder do PS de criar um regime especial para grandes investidores. “Não se pode criar dois sistemas de justiça num país”, afirma António Barreto, para quem a proposta que Seguro pretendia que fosse de modernidade é, afinal, de terceiro mundo.