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Politécnicos indisponíveis para leccionar cursos de dois anos

06 fev, 2014

Governo aprovou os cursos superiores com apenas dois anos. Podem candidatar-se os jovens com mais de 18 anos, através de uma prova de acesso.

Os Institutos Politécnicos não estão disponíveis para leccionar os cursos de curta duração, aprovados esta quinta-feira, em conselho de ministros. Em rota de colisão com a tutela, o conselho coordenador dos institutos superiores politécnicos (CCISP) esteve reunido hoje e decidiu manifestar a sua total indisponibilidade para leccionar os novos cursos, no molde em que foi proposto.

“Manifestamos esta indisponibilidade para leccionar estes cursos no modelo proposto, porque este modelo revela um desconhecimento da realidade do ensino superior politécnico e dos reais interesses do mercado de trabalho e da necessidade de qualificarmos as pessoas”, explica à Renascença Joaquim Mourato, presidente do CCISP.

O conselho coordenador dos institutos superiores politécnicos exige abertura para um diálogo sério, esperando que desta vez haja vontade da tutela para acolher propostas.

De facto, diz Joaquim Mourato, “reuniões temos e falar, falamos. O que não acontece é um acolhimento das propostas que o conselho sistematicamente apresenta”.

Por isso, alerta, “a questão já não está em reunir e falar. A questão está em haver vontade de acolher propostas que o conselho apresenta, porque quem está no terreno é quem conhece melhor a realidade”.

Joaquim Mourato diz ainda que o modelo agora proposto pelo Ministério da Educação nada acrescenta aos cursos de especialização que os institutos politécnicos já oferecem.

O Governo aprovou esta quinta-feira, em conselho de ministros, os cursos superiores de apenas dois anos. A medida visa dar resposta a áreas e necessidades das empresas.

Os cursos vão funcionar nos institutos politécnicos e são dirigidos aos alunos que acabam o secundário na via profissional.

Podem candidatar-se os jovens com mais de 18 anos, através de uma prova de acesso. Os estudantes ficam, assim, em apenas 24 meses, aptos a entrar no mercado de trabalho.