26 jan, 2014
As praxes são como outras actividades e há bons e maus exemplos, defende o presidente da Associação Académica de Lisboa (AAL), em declarações à Renascença.
Marcelo Fonseca garante que em Lisboa o acolhimento ao caloiro é feito de forma sensata e, por isso, recusa a generalização de dois casos particulares.
“Existem boas e más praxes e existem bons e maus exemplos, como existem em todos os sectores profissionais no país. O que acontece hoje em dia é que é que por acusa de um ou dois maus exemplos existe a tendência de generalizar e considerar que tudo o que se faz na praxe é negativo”, lamenta o presidente da AAL.
“Não o vejo dessa forma, acho que temos bons exemplos. Recordo-me perfeitamente de há dois anos termos um caloiro de 72 anos que estava a ser praxado e dizia que tinha sido algo muito positivo na sua integração numa faculdade com pessoas de 18 e 19 anos”, sublinha Marcelo Fonseca.
Luís Pardal, presidente da Associação Académica de Évora, diz que os estudantes não estão satisfeitos com a forma como a polémica à volta de dois casos tem banalizado a prática das praxes a nível nacional.
“A praxe deve ser feita em consciência e atendendo à responsabilidade social. De uma forma geral, os estudantes de Évora não se identificam muito com esta exposição mediática negativa que ultimamente tem vindo a público. A Universidade de Évora tem a sua tradição e ao estudantes podem decidir se aceitam ou não a praxe”, frisa Luís Pardal.
O ministro da Educação, Nuno Crato, recebe na próxima quinta-feira as associações que representam os estudantes, dos estabelecimentos de ensino superior, públicos e privados.
O encontro acontece na sequência de preocupações já manifestadas sobre excessos e consequências das praxes, explica Nuno Crato, em comunicado.
O assunto das praxes será também levado à agenda das reuniões, já previstas nas próximas semanas, com o conselho de reitores e conselho dos institutos politécnicos.