28 nov, 2013
O presidente da Câmara de Viana do Castelo não poupa criticas ao ministro da Defesa e à forma como José Pedro Aguiar-Branco conduziu o processo de concessão dos estaleiros navais da cidade. "Tenho pena é que ele [Aguiar-Branco] não faça parte do lote dos 620 a ser despedidos. O que o senhor ministro vai fazer é passar uma carta de despedimento colectivo, perdendo vínculos, direitos. As pessoas vão para a rua", lamenta José Maria Costa.
O autarca reage com muita preocupação ao anúncio feito quarta-feira: a Martifer é a empresa que vai explorar os estaleiros até 2031. O Estado recebe pelo negócio mais de 400 mil euros por ano, ou seja, cerca de sete milhões de euros no total. Por outro lado, o Estado vai ter de pagar já cerca de 30 milhões para despedir e indemnizar os mais de 600 funcionários que actualmente ainda trabalham na empresa.
"Depois, a empresa [Martifer] vai admitir os trabalhadores de que vai necessitar, mas podem ser estes ou não. Não há nenhuma carta de compromisso, porque isso não fazia parte do caderno de encargos da concessão", contesta o autarca.
A decisão "vai ter um impacto socioeconómico brutal" na região, garante José Maria Costa. "Esta empresa era geradora de 620 postos de trabalho directos e de 4.000 indirectos. Havias muitas empresas que dependiam dela."
Representantes da comissão de trabalhadores deslocaram-se a Lisboa esta quinta-feira para uma reunião no Ministério da Defesa.