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Estaleiros de Viana

“Não queremos indemnizações, queremos esta empresa a trabalhar"

28 nov, 2013

Mais de 600 funcionários vão ser despedidos até ao início do próximo ano, num processo que vai custar 30 milhões de euros em indemnizações.

“Não queremos indemnizações, queremos esta empresa a trabalhar"
Os trabalhadores dos Estaleiros de Viana do Castelo expressam, esta quinta-feira à tarde, ao ministro da Defesa a sua indignação pelo fecho da empresa e o despedimento colectivo.

“Não queremos indemnizações, queremos esta empresa a trabalhar e queremos receber o nosso vencimento ao final do mês com dignidade e profissionalismos, que sempre tivemos ao longo dos anos”, disse à Renascença António Costa, porta-voz da comissão de trabalhadores, durante a concentração nocturna à porta dos estaleiros.

Mais de 200 trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) vão perder o emprego, em resultado da subconcessão a um grupo privado. O Estado vai despedir os actuais 620funcionários até Janeiro de 2014 e a Martifer, que ganhou a subconcessão dos terrenos e infra-estruturas dos ENVC, compromete-se a contratar 400 pessoas nos próximos três anos. O processo vai custar 30 milhões de euros em indemnizações.

O grupo português confirmou esta quarta-feira a adjudicação, mantendo a actividade de construção e reparação naval na região.

Segundo o porta-voz da comissão de trabalhadores, José Pedro Aguiar-Branco revela falta de categoria para o cargo. “Temos um ministro da Defesa que fica na história de Portugal, porque nunca veio visitar os Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Ainda esta semana entregámos Marinha o segundo navio patrulha e este ministro não teve a dignidade de vir ver a excelente obra que nós construímos aqui”, acusou o porta-voz comissão de trabalhadores.

“É uma vergonha ter um ministro em Portugal, o Sr. José Pedro Aguia-Branco, que conhece bem Viana do Castelo e não tem a dignidade de vir falar com os trabalhadores”, rematou.

Os trabalhadores apelam ainda à intervenção do Presidente da República, Cavaco Silva, que acusam de ser conivente com o que classificam de crime económico e social.