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O "eleito" saiu da direcção da PSP

22 nov, 2013 • Celso Paiva Sol

Paulo Valente Gomes não era apenas mais um director nacional da Polícia de Segurança Pública. Além de duas licenciaturas, um doutoramento e um mestrado, é o primeiro e único polícia de carreira totalmente formado na PSP que chegou ao topo da hierarquia.

O "eleito" saiu da direcção da PSP

O afastamento do director nacional da Polícia de Segurança Pública, Paulo Valente Gomes, na sequência dos incidentes da manifestação das forças de segurança junto ao Parlamento interrompe aquela que era considerada uma viragem histórica na vida da PSP, iniciada há dois anos com a nomeação do primeiro polícia de carreira totalmente formado internamente.

O mandato de Paulo Valente Gomes como director nacional da PSP não chegou a dois anos, o que o torna no segundo a ser afastado pelo ministro da Administração Interna, Miguel Macedo.

Estes dois anos de mandato não foram pacíficos e quase sempre por causa de manifestações, como foi o caso da greve geral de 14 de Novembro do ano passado, quando depois de apedrejada a PSP varreu à bastonada a praça em frente ao Parlamento ou os incidentes em pleno Chiado, com jornalistas a queixarem-se de estar entre os agredidos pela polícia ou até a recente novela em torno da manifestação que a CGTP quis fazer na Ponte 25 de Abril.

Na relação com Miguel Macedo destaque ainda para a posição de força que Paulo Valente Gomes assumiu em Dezembro do ano passado, ameaçando demitir-se caso o Novo Conceito Estratégico de Defesa incluísse o esvaziamento de competências da PSP.

Paulo Valente Gomes, 48 anos, não era no entanto apenas mais um director da Polícia de Segurança Pública.

Para além de duas licenciaturas, um doutoramento e um mestrado, é o primeiro e único polícia de carreira totalmente formado na PSP que chegou ao topo da hierarquia.

Frequentou em 1984 o primeiro curso da então Escola Superior de Polícia, onde foi o melhor aluno, p que voltou a acontecer em todos os cursos de promoção interna até chegar a superintendente.

A sua chegada à direcção da PSP, com uma equipa composta por outros oficiais da mesma geração formada internamente, foi vista como um marco histórico, qualquer coisa como cumprir o plano há muito imaginado por quem lançou a formação da Polícia.