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Militares estão solidários com os polícias e também admitem sair à rua

22 nov, 2013 • José Carlos Silva

Associação Nacional de Sargentos e Associação de Oficiais das Forças Armadas lembram que os militares, tal como os polícias, também sentem na pele a austeridade.

Duas das mais representativas associações de militares dizem compreender as razões que levaram aos protestos de milhares de polícias na quinta-feira, em Lisboa. Quer a Associação Nacional de Sargentos (ANS), quer a Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) concordam que também os militares podem acabar por vir para a rua.

O presidente da Associação Nacional de Sargentos, Lima Coelho, sublinha que os militares prometeram defender militarmente a República, mas... "Os militares têm consciência da sua missão e da confiança que o povo neles depositou para a defesa militar da República, mas também têm a consciência do juramento que fizeram perante a bandeira nacional da defesa dos valores da Constituição", começa por dizer.

"Neste momento, é de grande irresponsabilidade o poder político querer continuar a implementar determinadas medidas sabendo-as erradas, remetendo para a Constituição ou para o Tribunal Constitucional a responsabilidade e a culpa por más políticas que insiste em implementar", afirma Lima Coelho.

Por seu lado, o presidente da AOFA, Pereira Crácel, afirma que, dado o rumo que o país leva, mais cedo ou mais tarde os militares também podem vir a protestar com visibilidade. "Tudo é possível. E as circunstâncias, tal qual elas se nos apresentam, conduzem mais a que essa eventualidade possa vir a verificar-se do que o seu contrário", afirma. "Vai-se justificando mais e mais uma eventual iniciativa que possa ter estes ou outros contornos que, em termos públicos, possam evidenciar toda a indignação que também perpassa pelo universo dos militares", refere Pereira Crácel.

Ambas as associações nada têm preparado, mas lembram que os militares não são de ferro e, tal como os polícias, também sentem na pele a austeridade.