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Manifestação inédita junta todas as forças de segurança

21 nov, 2013 • Celso Paiva Sol

Coordenador do protesto avisa que as forças de segurança podem ficar quase paralisadas se os cortes orçamentais continuarem em 2014.

Os polícias estão de regresso às manifestações e hoje, de forma inédita, nas ruas de Lisboa vão juntar-se profissionais de oito forças e serviços de segurança. O protesto tem como pretexto o Orçamento do Estado para 2014 e o receio de que venha a provocar sérios problemas à área da segurança em Portugal.

A uns faltam estatutos profissionais e leis orgânicas, a outros condições de trabalho, sobretudo instalações e equipamentos, a outros ainda faltam efectivos que dêem conta do trabalho que há para fazer, mas a todos, e cada vez mais, falta dinheiro ao fim do mês.

Os efeitos que a austeridade já tem no rendimento de cada profissional e, simultaneamente no normal funcionamento de cada organismo, são a origem desta manifestação.

Paulo Rodrigues, secretário nacional da comissão que organiza este protesto, teme que o Orçamento do Estado para 2014 seja decisivo para a sobrevivência de algumas tarefas que as policias têm.

Apesar das declarações optimistas de ministros, directores e comandantes, a realidade já mostra muitas dificuldades em manter os níveis ideias de segurança, adverte Paulo Rodrigues, em declarações à Renascença.

A situação financeira da área explica também o caracter inédito de união da manifestação desta quinta-feira.

Para além dos organizadores, que são os principais sindicatos e associações da PSP, GNR, Guarda Prisional, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e Polícia Marítima, desta vez vão juntar-se ainda dirigentes dos sindicatos que representam os inspectores da Polícia Judiciária e os membros das Polícias Municipais.

Paulo Rodrigues, secretário nacional da comissão que organiza este protesto, diz que é o reflexo de um descontentamento crescente e de efeitos imprevisíveis.

No desfile, que vai ligar o Largo Camões ao Parlamento, vai estar também o secretário-geral do Conselho Europeu de Sindicatos de Polícia, que já prometeu levar a várias instâncias europeias a denúncia de que Portugal está a poupar tanto que está a pôr a segurança em causa.