Emissão Renascença | Ouvir Online

Eugénio da Fonseca

Presidente da Cáritas pede ao Governo firmeza perante o FMI

14 nov, 2013

Eugénio da Fonseca lembra que a soberania portuguesa não está hipotecada: "Teremos de ser nós a decidir os nossos destinos".

O presidente da Cáritas Portuguesa reage criticamente ao mais recente relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), que sugere uma redução adicional de 3,4 mil milhões na despesa até 2016, ou seja, um aperto na austeridade.

“Temos de ter em conta que a soberania do país somos nós que a temos de salvaguardar. Ela não está à venda, não está hipotecada e, portanto, [esse documento] é apenas uma opinião – e vale o que vale enquanto opinião. Teremos de ser nós a decidir os nossos destinos e eu peço ao Governo que seja mais firme do que tem sido face ao FMI e à ‘troika’ em geral”, afirma esta quinta-feira Eugénio da Fonseca à Renascença.

O relatório do FMI diz que é preciso ir mais além nos cortes salariais e defende maior flexibilização dos vencimentos, em especial no sector privado.

“Já estamos na senda do empobrecimento do país. Nessa perspectiva, baixar salários é contribuir ainda mais para esta situação, já tão dramática para milhares de famílias portuguesas”, responde Eugénio da Fonseca.

O documento conhecido na quarta-feira é referente à oitava e nona avaliações ao programa de assistência financeira português. Não indica números concretos sobre os cortes salariais, mas apresenta um conjunto de gráficos de linhas que expõe uma quebra significativa nos vencimentos do sector público desde o quarto trimestre de 2010.

A missão do FMI entende que os ajustamentos salariais têm sido feitos, sobretudo, no sector público e sublinha que vencimentos mais baixos podem ajudar a combater o desemprego.