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Sargentos defendem que “há mais vida além dos cortes”

12 nov, 2013 • Susana Madureira Martins

Militares concentraram-se em frente ao Parlamento para dizer a quem governa e a quem legisla que os militares e as suas famílias estão no limite.

Sargentos defendem que “há mais vida além dos cortes”
Mais de uma centena de sargentos concentrou-se esta terça-feira, em frente à Assembleia da República, para contestar os cortes no sector previstos no Orçamento do Estado para 2014.

Há mais vida e mais caminhos para além dos cortes e os militares e suas famílias estão no limite. Foi isso que algumas dezenas de elementos da Associação Nacional de Sargentos foram dizer aos deputados, que legislam e fiscalizam os actos do Governo.

Na semana passada, o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, foi o primeiro elemento do Governo a apresentar o Orçamento do Estado na discussão na especialidade e os militares não gostaram do que ouviram: “Até ficámos muito incomodados com algumas questões que foram ali afirmadas, que poderão ter passado para o cidadão comum, menos informado, uma imagem muito deturpada das suas Forças Armadas”, critica Lima Coelho.

Por exemplo, explica o presidente da Associação Nacional de Sargentos, “quando o senhor ministro diz que põe no Orçamento 91 milhões de alienação do património e logo a seguir afirma que sabe que não os vai cumprir. Que imagem é que está a passar para o cidadão comum”.

Por outro lado, acrescenta, “quando o ministro reiteradamente fala em cortes, mas depois não explica até que limite, quais as razões e com que fundamento, aquilo que passa para a opinião pública é que existem militares a mais”.

Por outro lado, afirma Lima Coelho, o “senhor ministro quando diz que tem um registo de mais de 30 reuniões com as associações é falacioso, porque o senhor ministro sabe que isso não corresponde minimamente à verdade”.

Lima Coelho sublinha que esta é uma concentração pacífica, mais uma, mas no futuro pode ser diferente: “À partida os militares fazem sempre os seus protestos da forma que melhor entendem, mas nem sempre poderão correr da mesma maneira. Temos de ser imaginativos para encontrar outras formas de o fazer.”

Lima Coelho foi cumprimentado durante a concentração por um representante da presidente da Assembleia da República. No final, a Associação Nacional de Sargentos pretende entregar ao Parlamento um documento com reivindicações.