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Sintra vai ter gabinete de emergência social

20 out, 2013

Basílio Horta, novo presidente do município, pretende dotar o concelho com mais centros de dia, apoio domiciliário e creches.

A criação de um gabinete de emergência social será a primeira medida do novo presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, para combater a difícil situação social actual, que se pode "agravar" com o Orçamento do Estado de 2014.

O novo presidente da autarquia, que toma posse na quarta-feira, sublinhou ser necessário inverter esse cenário que vai herdar num curto prazo de tempo.

"Há muita coisa para fazer. A primeira será um gabinete de emergência social. Temos uma situação social muito grave no concelho e em 2014 pode agravar-se com este Orçamento do Estado", disse o independente eleito na lista do PS.

Segundo o até agora deputado da bancada socialista (eleito também como independente), a palavra de ordem na câmara será poupar nas despesas para responder "rapidamente a casos de carência" alimentar e habitacional através deste gabinete, que "não irá dar dinheiro, mas que irá pagar contas" essenciais para a vida das pessoas.

Também a curto prazo, o novo presidente do município que, faz questão de frisar que não fez promessas eleitorais, pretende dotar o concelho com mais centros de dia, apoio domiciliário e creches.

Basílio Horta considera que este trabalho social só é possível com o corte de despesa corrente da câmara, mas também pela aposta no desenvolvimento económico através da captação de novas empresas para o concelho e da "abertura de Sintra ao país e ao mundo".

Na vertente económica, a câmara de Sintra vai criar dois centros estratégicos, um deles vocacionado para a área empresarial composto por um conselho formado por "grandes empresas de relevância nacional", por empresas já instaladas no concelho, por instituições públicas e por dois representantes sindicais, adiantou.

Segundo Basílio Horta, o objectivo passa por criar um diálogo permanente entre o município e os representantes do sector empresarial, que serão apoiados por um gabinete de apoio ao investidor com a missão de atrair investimento estrangeiro e dar apoio às empresas que já se encontram instaladas em Sintra.

Ainda na vertente empresarial, o novo autarca pretende criar uma incubadora especialmente vocacionada para o empreendedorismo jovem, à semelhança do que já acontece, "e bem", em concelhos vizinhos como Lisboa ou Oeiras.

O novo executivo irá também, a curto prazo, desenvolver um centro estratégico para o ambiente que irá coordenar "todas as entidades" que no concelho têm competência sobre matérias ambientais, desde recolha e tratamento do lixo, orla costeira e requalificação urbana.

"A minha preocupação permanente será a qualidade de vida, que passa por ter emprego e passa por ter bem-estar no concelho onde se vive. Sintra, um concelho onde vale a pena viver e investir, é isto que eu desejo. Sintra é o segundo concelho [mais populoso] do país, tem a sua paisagem património mundial e tem que ser tratada nessa capacidade", afirmou.

O também co-fundador do CDS-PP defendeu que é necessária "uma região da área metropolitana de Lisboa com peso político forte e com competências sérias e efectivas" em determinadas áreas como os transportes e a mobilidade.

Basílio Horta acrescentou ser defensor, a par do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, de que a tutela sobre as empresas de transportes públicos deve estar sob a alçada dos municípios e não do Governo.

"As câmaras têm que ter uma palavra a dizer, porque são elas que zelam pelos interesses municipais e a mobilidade é um dos interesses básicos dos munícipes. A tutela sobre essas empresas deve ser municipal e não do Estado. São os municípios que estão mais próximos das necessidades e não o secretário de Estado que está no Terreiro do Paço", sublinhou.