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Reformados protestam contra cortes “imorais”

10 out, 2013

Caixa Geral de Aposentações, na Avenida 5 de Outubro, foi o local escolhido para a iniciativa. Muitos envergavam t-shirts com a inscrição "Não somos descartáveis".

Reformados protestam contra cortes “imorais”
Cerca de meia centena de pensionistas e reformados estão concentrados em frente da Caixa Geral de Aposentações (CGA), em Lisboa. Protestam contra os cortes nas pensões, que consideram "ilegais e imorais".

"Este protesto simbólico tem como objectivo dizer que estamos indignadíssimos com os cortes nas pensões", disse a agência Lusa Maria do Rosário Gama, presidente do APRe! - Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados, que promoveu a iniciativa.

A Caixa Geral de Aposentações, na Avenida 5 de Outubro, foi o local escolhido para a acção porque "é aqui que, se os cortes forem para a frente, vai ser enterrado o estado de direito", adiantou Maria do Rosário Gama.

Na concentração, onde muitos dos reformados envergam t-shirts pretas e brancas com a inscrição "Não somos descartáveis", as conversas baseiam-se nos impactos que os cortes nas pensões têm na vida dos idosos.

Optar entre casa, pão e saúde
"Nós achamos que estes cortes, depois de uma vida de trabalho, são a violação total do principio da confiança", sublinhou a presidente da associação.
 
Além dos cortes nas pensões, há a contribuição extraordinária de solidariedade, a sobretaxa de IRS e "o nível de vida que aumentou de forma brutal", sublinhou. Rosário Gama contou muitas pessoas escrevem para a associação a contar que têm rendas que "se tornaram insuportáveis".

"As pessoas, neste momento, têm que optar entre casa, pão e saúde e isto é um drama que esta a atingir muitos pensionistas e reformados", disse, contando um caso que a deixou "impressionadíssima" de um senhor que lhe escreveu a dizer que só tinha duas soluções: a insolvência ou o suicídio.

Durante o protesto, acompanhado por agentes da polícia, a associação entregou uma exposição/requerimento a dizer que, na sua perspectiva, que o corte de 10% nas pensões da Função Pública é inconstitucional.