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FMI diz que salários em Portugal aumentaram em contraciclo

08 out, 2013 • Sandra Afonso

Entre 2009 e o início deste ano, os salários aumentaram mais de 10% no sector transaccionável, indica o Fundo Monetário Internacional.

Os salários em Portugal aumentam em contraciclo com os restantes países sob resgate. A conclusão é do Fundo Monetário Internacional (FMI). Um relatório publicado esta terça-feira indica que em Portugal os salários têm mantido uma trajectória de crescimento.

Entre 2009 e o início deste ano, os salários aumentaram mais de 10% no sector transaccionável, ou seja, na produção de bens e serviços exportáveis, e cerca de 5% no sector não transaccionável, produção ou serviços para consumo interno.

Já na Irlanda e na Grécia, outros dois países sob resgate da “troika”, as quebras variam entre 10% e quase 20%.

O FMI acrescenta que, apesar da produção e do emprego estarem em queda, só recentemente se começou a mexer nos salários em Portugal.

Por outro lado, o Fundo Monetário Internacional defende que já são visíveis resultados dos programas de ajustamento, sobretudo nas exportações.

Com as empresas a gastarem menos com os trabalhadores, aumentou a margem de lucro, o que fez aumentar também a competitividade das empresas exportadoras. A procura fora da Zona Euro é responsável por 140% do aumento das exportações portuguesas, desde o início da crise até ao final do ano passado.

No relatório publicado esta terça-feira, onde se lê que a economia mundial segue em marcha lenta, o FMI mantém as previsões de crescimento para as economias avançadas, mas reviu em baixa as perspectivas para os países em desenvolvimento. Para a Zona Euro, há uma ligeira revisão em alta de 0,1%, para este ano.