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Igualdade para todas as universidades. Reitores pedem audiência ao primeiro-ministro

08 out, 2013 • Rosário Silva

Em causa “uma cativação de 2,5%” que não incide sobre todas as universidades o que cria “desequilíbrios” entre instituições, considera presidente do CRUP.

O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) decidiu, esta terça-feira, pedir uma audiência ao primeiro-ministro para clarificar uma medida que está a criar “desequilíbrios” entre instituições. Segundo o presidente do CRUP, as universidades têm, este ano, uma “cativação de 2,5%”, o que corresponde a 10 milhões de euros, e que não recai sobre todos os estabelecimentos de ensino superior. Estão de fora as universidades do Porto e de Aveiro e o Instituto da Universidade de Lisboa (ISCTE), pelo facto de terem o estatuto de universidades fundacionais.

“Nós vamos pedir uma audiência ao senhor primeiro-ministro que tem a ver com a descativação dos 2,5% que foi feita com o orçamento retificativo, e que neste momento cria uma situação de grande desequilíbrio, uma vez que três universidades fundacionais foram isentas dessa cativação e as restantes não. Estamos a falar de um valor de cerca de 10 milhões de euros que vai criar grandes dificuldades se não for atribuído às universidades. Vamos insistir nesta situação até porque as universidades não têm divida, não contribuem para o buraco financeiro e estamos muito competitivos do ponto de vista internacional”, concretiza António Rendas.

Reunido em Évora, o CRUP mostrou-se ainda confiante quanto ao Orçamento para 2014. António Rendas espera que as propostas que vierem a ser apresentadas sejam as que foram negociadas e que o “oásis não se transforme em miragem”.

“Nós negociamos o Orçamento para 2014, e se este se mantiver e se nós pudermos gerar e gerir as nossas receitas próprias como se tem feito até aqui, nós vamos continuar a competir internacionalmente e a qualificar os portugueses. Se no ano de 2014 não houver cortes adicionais, se for o orçamento que nos foi apresentado, o enviado para o Parlamento, então nós conseguiremos, efectivamente, com limitações e dificuldades, cumprir o que são os nossos projectos”, sublinha o presidente do CRUP, que faz ainda uso de linguagem metafórica para deixar bem expressa a posição.

“É aquele individuo que está à beira de um oásis e que morre a 100 metros das palmeiras e, portanto, espero que o oásis não se transforme em miragem. Nesse caso o orçamento de 2014 será mau, mas eu espero que não seja.”

Mesmo num cenário de dificuldades, o próximo ano é olhado de forma positiva. As universidades portuguesas estão apostadas em colaborar numa “revisão curricular” que tem como objectivo, alcançar uma “coordenação nacional” mas adaptando os cursos às necessidades regionais.

A próxima reunião do CRUP vai decorrer em Novembro, na Universidade do Minho, em Braga.