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Barragem do Tua entra na segunda fase de construção sem aborrecer UNESCO

18 set, 2013 • Olímpia Mairos

Afastado o risco para o Douro Património da Humanidade, as obras na barragem do Tua avançam a bom ritmo.

Barragem do Tua entra na segunda fase de construção sem aborrecer UNESCO
A EDP iniciou a construção do paredão e da central hidroelétrica da Barragem de Foz Tua. O empreendimento hidroeléctrico deve entrar em funcionamento em Setembro de 2016.

No local podem ser observados trabalhos na zona do leito do rio, onde vai ser erguida a barragem, a base do edifício da central, bem como os túneis por onde vai passar a água, que depois vai descer até às duas unidades de turbinação. 

O director de projecto da Barragem de Foz Tua, Freitas da Costa, explica que terminou a primeira fase do empreendimento “que corresponde às escavações dos locais onde, agora, se está a iniciar a construção da super estrutura e da central hidroelétrica, projectada pelo arquiteto Souto Moura”. “Ao mesmo tempo, está a fazer-se a montagem dos primeiros equipamentos que vão efetuar a produção de energia.”

Na construção da barragem, adianta, já foram investidos 137 milhões de euros, o que “corresponde a 37% do investimento previso, que é de 370 milhões de euros.”

Na obra estão envolvidos 600 trabalhadores, 30% dos quais contatados na região, e 60 empresas. Em pico de obra, que deve ser atingido em meados do próximo ano, o empreendimento deverá envolver mil trabalhadores e 100 empresas.


EDP diz estar ultrapassado risco para o Douro Património Mundial
O início da construção da barragem de Foz Tua levou a UNESCO, numa primeira fase, a incluir o Alto Douro Vinhateiro (ADV) na lista do património em risco. Mas o administrador da EDP Ferreira da Costa considera que o risco de desclassificação do Douro Património Mundial "está completamente ultrapassado".

"Esta questão está totalmente ultrapassada. Em Junho, o Alto Douro Vinhateiro foi retirado da lista do património mundial em risco, o que significa que é monitorado todos os anos, tal como todo o património em todo o mundo é monitorado pela UNESCO/ICOMOS, mas já não corre risco", garante.

O empreendimento hidroelétrico de Foz Tua inclui ainda a construção de uma linha de muito alta tensão, cujo estudo de impacto ambiental (EIA) foi, no final de Agosto, enviado pela EDP ao Estado português que, por sua vez, o remeteu para a UNESCO.

“Vamos continuar a informar a UNESCO sobre o EIA, enquanto o Estado complementará com as medidas de gestão que são necessárias para uma zona classificada”, refere Freitas da Costa, concluindo que “não vemos que, a partir deste momento, esteja mais em questão a classificação”, esclarece Ferreira da Costa. 

O aproveitamento hidroelétrico de Foz Tua deve entrar em funcionamento em Setembro de 2016, com uma potência instalada de 252 megawatts, representando uma produção bruta de 667 gigawatts hora por ano.

A produção anual de energia será equivalente ao consumo de dois anos da população dos cinco concelhos abrangidos pelo empreendimento: Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor.