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"25 anos de Portugal Europeu"

Um país em vaivém

20 ago, 2013 • Ana Carrilho

Uma análise à emigração e imigração dos primeiros 25 anos de Portugal na comunidade europeia.

Costuma-se dizer que não há canto do mundo onde não se encontre um português. O hábito de sair para procurar vida melhor lá fora não é de hoje e o mesmo sucede na razão inversa.

Nos primeiros 25 anos de integração europeia, o país conheceu cenários diversos. Quando Portugal entrou na Comunidade Económica Europeia (CEE), ainda eram mais os nacionais que saíam do que os estrangeiros que chegavam. A partir de 1993, a situação mudou.

Os fundos estruturais favoreceram a construção de infra-estruturas, sobretudo estradas e pontes, e o desenvolvimento do mercado imobiliário com o fomento da compra de habitação própria.Portugal precisou assim de mão-de-obra estrangeira, que chegou de diversos países, nomeadamente do antigo bloco soviético. Dez anos mais tarde, a construção começou a abrandar, a crise deu os primeiros sinais e os portugueses voltaram a fazer as malas.
 
As comunidades portuguesas continuam a ser mais expressivas em França e no Luxemburgo, mas têm forte presença também na Alemanha, Suíça, Reino Unido, Venezuela, Canadá e, mais recentemente, em Angola.

Brasileiros, cidadãos do Leste e dos países africanos de língua portuguesa são os que ainda se mantêm por cá. A região de Lisboa acolhe metade da comunidade estrangeira.

Os dados foram agregados no estudo "25 anos de Portugal Europeu", a pedido da Fundação Francisco Manuel dos Santos, e a compilação abrange um período que vai até 2010.

Daí para cá, o fluxo de portugueses que emigram intensificou-se, mas com uma nuance relevante: ao contrário do que acontecia nas décadas de 60 e 70, os que saem são os mais qualificados.