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Manifestantes antitouradas em confrontos com a PSP em Viana do Castelo

18 ago, 2013

Polícia confirma uso de “alguma força”.

Dois manifestantes antitouradas foram assistidos pelos bombeiros e pelo INEM, em Viana do Castelo, após confrontos com a PSP, próximo da arena amovível onde se realiza uma tourada.

Os dois activistas queixam-se da actuação dos agentes da PSP durante a manifestação que estava agendada para as 16h00, em Darque, e que reúne cerca de 200 protestantes, o que já levou a presidente da associação ANIMAL, presente no local, a anunciar um protesto formal junto do Ministério da Administração Interna.

"Pessoas da ANIMAL foram agredidas. Nunca em dez anos tive um problema que fosse com uma entidade policial e hoje tocaram-me quando eu não faltei ao respeito a ninguém. Todos os agentes estão identificados e segunda-feira seguirá um ofício para o senhor ministro porque a nossa associação não está aqui a brincar", afirmou à Lusa Rita Silva. "O que aconteceu aqui foi uma vergonha", disse ainda.

Os dois elementos agredidos, um homem e uma mulher, foram assistidos por elementos de duas ambulâncias que foram chamadas ao local, apresentando vários ferimentos na sequência das manobras de mais de 20 agentes da PSP, inclusive do Corpo de Intervenção, para estabelecer um perímetro de segurança junto à arena onde decorre a tourada desde as 17h00.

Segundo o comando da PSP de Viana do Castelo, dezenas de activistas terão furado a zona de segurança para esta manifestação, prevista para cerca de 300 metros da zona onde está instalada a arena, aproximando-se deste local.

"Infelizmente tivemos de usar alguma força, a necessária quando as pessoas reagem contra a polícia", disse à Lusa o segundo comandante da PSP, Raúl Curva.

O protesto contra esta corrida foi agendado pelo movimento local "Viana Antitouradas", sendo apoiada pela ANIMAL.

Centenas de aficionados estão no interior da arena, na freguesia de Darque, para o regresso das touradas de agosto à cidade de Viana do Castelo, apesar das visíveis dificuldades na circulação no local.

A realização do espectáculo de hoje, em que são esperados mais de 2.900 espectadores, é o segundo no espaço de cinco anos e, tal como em 2012, acontece porque o Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga aceitou uma providência cautelar apresentada pela "Prótoiro", que organiza a tourada.

O mesmo tribunal recusou sexta-feira uma outra, interposta pela Câmara, que alegava as dificuldades de acessibilidade ao local que seriam provocadas pela realização desta tourada, nomeadamente em caso de emergência.